Opinião

Capitu é um exemplo de fidelidade perto de Felipão

Por
Augusto Mafuz
16/06/2023 22:06 - Atualizado: 05/10/2023 10:03
Felipão não deve seguir como técnico em 2023.
Felipão não deve seguir como técnico em 2023. | Foto: Átila Alberti/UmDois Esportes

Já se passaram 125 anos e ainda ninguém foi capaz de desvendar o mistério que ambienta “Dom Casmurro”, de Machado de Assis: Capitu traiu Bentinho com Escobar? No máximo, os seus olhos ciganos e dissimulados continuam mantendo a força do mistério.

Luiz Felipe Scolari, o Felipão, fracassou no papel de Capitu. Para os apaixonados da Baixada, provocava emoção com as juras de amor ao Athletico e orações públicas de ternuras e promessas ao presidente Mario Celso Petraglia.

Apropriando-se de um direito que só o presidente Petraglia possui, afirmou que “o Athletico teria que vender Vitor Roque, Bento, David Terans e qualquer jogador”. Pregando que só voltaria a ser treinador “na Arábia e por muito dinheiro”,  apresentou uma fidelidade incomum no futebol.

Era tudo dissimulado: os olhos, as palavras, a cara e as atitudes. Sem revelar nada ao Athletico, por seu empresário Jorge Machado, havia dias que negociava com o Atlético-MG. No pacote havia colocado Paulo Turra, por ter certeza que seu tutelado seria demitido por Alexandre Mattos, que de Barcelona pediu a Petraglia para demiti-lo. Tudo planejado, tudo executado.

Traição pura.   

Uma coisa é interpretar a saída de Felipão do comando técnico do Furacão. Pode ser até interpretado como negativa nesse momento da temporada. Sob esse aspecto, sempre entendi que Felipão atrasou o futebol do Furacão. Sob seu comando, seja treinador ou diretor, as jovens promessas das categorias de base foram impedidas de serem reveladas.

Não ganhando um único título, foi o responsável direto pela perda da Libertadores para o Flamengo. Diferente de Antônio Lopes, para o São Paulo em 2005, porque aquela perda teve a ação da “mão grande” quando o Athletico foi privado de jogar na Baixada.

Todo o projeto de futebol moderno que Petraglia conseguiu implantar com Autuori e Tiago Nunes,  Felipão desmanchou com a sua filosofia de “bonito é vencer”.

O fato fundamental da questão é a conduta profissional de Felipão. Se era titular dos princípios que revelava ter quando falava do Athletico, traiu-os. E traindo a si próprio, traiu o Athletico. 

Felipão acabou com o mistério de Machado de Assis.

Capitu tornou-se um exemplo de fidelidade.

https://www.youtube.com/watch?v=ij2rWrp3FbIhttps://www.youtube.com/watch?v=i1cLGlHbFKs

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Augusto Mafuz é um dos comentaristas esportivos mais tradicionais de Curitiba, conhecido por sua cobertura do Athletico e outros times da capital. Nascido em Guarapuava em 11 de maio de 1949, Mafuz tem sido uma figura central no j...

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