Brasil contra a Suíça e o fantasma de Neymar
O Brasil joga contra a Suíça. Uma vitória será a consequência da lógica: o nosso time tem a história de cinco títulos mundiais, sempre foi melhor, é melhor e a Suíça nunca contribuiu para nada no futebol. Ao contrário, foram os suíços que criaram o sistema ultra-defensivo que recebeu o título de "ferrolho".
Em 1938, o austríaco Karl Rappan comandando-a defendia que todo o time quando era inferior tecnicamente, deveria posicionar-se atrás da linha do meio-campo. Passados 84 anos, há times, inclusive no Brasil, que usam o "Ferrolho", que a Itália adotou como Catenacci.
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Embora tenha sido influenciada pelos sistemas modernos e, em especial, pela migração europeia, a Suíça contra campeões não transige, usando um "ferrolho moderno".
Isso quer dizer que as exigências para o Brasil nesse jogo da Copa do Catar serão maiores do que foram contra a Sérvia. Mas não serão só em razão das condições táticas, mas porque terá que superar um elemento emocional que é a ausência de Neymar. Seria assim com a França sem Mpabbé, com a Argentina sem Messi e a Espanha sem Gavi.
Qualquer time sem o seu craque pode não ter um impedimento técnico, mas para vencê-lo terá que afastar o obstáculo psicológico que se cria. Esse se torna objetivo quando o treinador Tite ao simplesmente escalar o menino Rodrygo, prefere conter o meio com Fred e dar funções restritivas ao meio ao sofrível Paquetá.
O Brasil precisa ganhar e bem da Suíça não só para definir a sua classificação, o que irá ocorrer até o jogo com Camarões. Ganhando assim, irá espantar o fantasma mais do time do que da torcida, que provoca a ausência de Neymar.