Bento salva o Furacão e evita uma vergonha continental
Pela Libertadores, em Caracas: Caracas 0x0 Athletico. Alberto Valentim talvez desconheça, mas tem a capacidade de superar a si próprio. Consegue piorar a versão do Furacão a cada jogo. Só que agora não se trata mais do Estadual. Trata-se de Libertadores e já no domingo de Brasileirão.
Nesse de Caracas foi tanta miséria tática que assustou o torcedor que consegue dar o mínimo de tempero de razão à sua paixão. De tão desprezível, provocou o sentimento de que não há técnico e não há time.
É verdade que Pablo e Terans, na etapa inicial, desgarram-se desta desordem, criaram duas oportunidades de gol. No final da etapa inicial, o Furacão teve certeza de que a possibilidade da sua virtude era inusitada: o Caracas é um time absolutamente medíocre. Não tinha como não ganhar o jogo.
Mas, Alberto Valentim conseguiu piorar o que já havia feito de ruim quando substituiu Pablo e recuou Terans. À falta de ordem, agregou-se a falta de qualidade de Hugo Moura, que só sabe bater, de Christian, que só sabe correr, e de Cirino, que não sabe mais nada.
Quando Marlos entrou, criou esperança que logo se dissipou com o seu joguinho picado, de bolas laterais que o cansam em 15 minutos. Marlos é um enigma que deveria ser decifrado. Ou serve ou não serve. Orejuela, que não jogou no São Paulo e não jogou no Grêmio, se for mantido provocará “emoções” no torcedor.
Dizem eu quero para o Furacão uma realidade impossível. Ao contrário, por pertencer a uma geração que viveu de ideal, a realidade atual me deixa feliz. Dizem que sou pessimista demais e, que por isso, sou incompreensivo demais.
Pergunto: há como compreender a razão do Athletico, que sabendo há quatro meses que iria estrear em abril na Libertadores, vai a Caracas com um time remendado, improvisado e sob o comando de Alberto Valentim? Só os hipócritas compreendem uma situação como essa.
E pergunto mais: é possível ter esperanças que sob o comando de Valentim, Cittadini, Canobbio e Vitinho farão esse time jogar? Todos nós apaixonados por sermos, às vezes hipócritas, temos esperanças.