Baixada: Petraglia e Greca juntos com sorriso de Mona Lisa
O Athletico é tão poderoso que torna vulnerável o ambiente de Copa do Mundo. De repente, volta ao noticiário para informar que compôs com o Municipio de Curitiba o valor da indenização devida pela desapropriação dos terrenos incorporados à Baixada. Ilustrando a notícia, uma foto de Rafael Greca e Mario Celso Petraglia.
Os interesses, dependendo das pessoas, podem unir os piores inimigos. Na política da aldeia, Greca e Petraglia juntos. como se tivessem matando saudades um do outro, na memória seria fato improvável. Na vida real, impossível. Ignoraram que a foto dos dois bem interpretada não esconde um sentimento mútuo de falsidade.
Petraglia fez o que tinha que fazer. Devedor de uma obrigação, o Athletico teria que pagar à vista R$ 32 milhões e conseguiu parcelar em 40 vezes. Um troco por mês.
Mais do que a foto, a narrativa do prefeito foi a que me chamou a atenção. Como querendo justificar para o povo, isentou-se de qualquer responsabilidade ao se referir à participação do Município no termo tripartite para a construção da Baixada: "Eu não estava no Governo, mas fico feliz em solucionar esse problema”.
Quer dizer: se estivesse prefeito, Greca desprezaria as condições privilegiadas que o Athletico tinha para construir um estádio. E concluindo diz: “Terminamos essa questão e damos a Curitiba um estádio coberto moderno”.
Ao usar o pronome pessoa “nós” como o sujeito da oração, Greca agride os fatos: a Baixada só foi construída pelo ideal e pela força dos atleticanos; e, se tem um politico que trouxe prejuízos ao Athletico foi Greca, ao reter as cotas de potencial construtivo, e não as negociando no mercado nos termos do contrato fez aumentar a divida final em uma proporção que quase comprometeu o patrimônio do clube.
O sorriso de Greca e Petraglia é como o sorriso de Mona Lisa. Nada espontâneo, sempre tem um componente escondido.