Baixada ou uma tarde na Disney? Athletico 1×0 Maringá
Na Arena da Baixada, uma tarde para 32 mil pessoas que nem a morte será capaz de apagar da memória. Mulheres e crianças, que já têm a alma vestida de vermelho preto, vestiram o corpo e foram ver o Athletico jogar pagando 1 kg de alimento. Houve quem pagasse com o próprio alimento.
Para muitas crianças, nem mesmo a sonhada e quase impossível primeira vez do reino encantado da Disneylândia seria tão comovente. Por que ir ver o Pato Donald ou a Rapunzel se a magia está nas defesas do extraordinário goleiro Bento?
+ Confira a tabela do Athletico no Campeonato Paranaense
De repente conseguiram ir à monumental Baixada e ver o seu Furacão, que só estava no imaginário, jogar de corpo e alma. Talvez voltem na quarta feira (25) contra o Foz, mas depois não sabem o dia de amanhã, porque na Baixada o princípio intolerante do “futebol não é para pobre” voltará a regular as catracas.
O Athletico ganhou do Maringá por 1 a 0. O bom Khellven, lançado por Fernandinho, aos oito do primeiro tempo, fez o belo gol da vitória (veja abaixo).
A paixão pura de arquibancada tem mais conteúdo social e humano. No futebol, não pode sobrepor à razão. Essa continua censurando esse Furacão de Paulo Turra. É um time cuja desorganização tática absorveu outra vez a sua qualidade. Tanto que foi assim que o Maringá, após sofrer o gol, dominou o jogo. Era para ter empatado aos 20 minutos, mas Bento salvou. Dominado por completo na etapa final, o Furacão teve que recorrer outra vez à excelência do goleiro Bento.
O ambiente de emoção da arquibancada pode ter absorvido outro vez um jogo de um Furacão em desordem. Mas o ambiente emotivo da Baixada me fez lembrar uma quadrinha popular de Fernando Pessoa: “Todas as coisas que dizes, afinal, não são verdade. Mas, se nos fazem felizes, isso é felicidade”.