É possível ainda ter esperança em Felipão?
Era para ser um jogo festivo ambientado no orgulho de jogar a final da Libertadores. Mas, o Athletico, ferindo a si próprio no Brasileirão, imprime o caráter de inoportuno para esse jogo, na Baixada, contra o Palmeiras.
Com qualquer time, reservas, titulares ou mesclados, qualquer resultado, inclusive a derrota, seria absorvido como natural. No entanto, qualquer que seja o time, uma derrota pode ser tratada como mais um elemento negativo de influência no ambiente de Guayaquil. Afinal, desde que ocorra, não será uma derrota, mas mais uma derrota nessa época em que os atleticanos precisam reforçar o sentimento de esperança.
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No futebol, há uma relação de causa e efeito dentro de um clube, independente das circunstâncias em que os fatos ocorrem. Perder com um time reserva, por mais nobre que seja o motivo, à essa altura não traz consolo. Há um desconforto entre os atleticanos, não há dúvida.
Com Felipão, em especial. A esperança atleticana de ganhar a Libertadores se tornou sua refém. Esse sentimento não teve origem nas defesas de Bento, na luta de Thiago Heleno, no jogo de Fernadinho ou nos gols de Vitor Roque.
A sua origem foi Felipão. A base sobre a qual se sustenta essa esperança é, e sempre foi, a sua história, a sua mística, a sua marca. Talvez tenha sido um erro da paixão, esquecendo que o futebol, em um dado momento, exige mais do que história e marca.
Só que agora, às vésperas do jogo com o Flamengo, ao afirmar que “o Athletico está perdendo para si mesmo”, compromete a sua própria conduta. Esse motivo de “perder para si próprio” é o que usamos quando perdemos o controle dos nossos atos e não tivemos a capacidade de corrigi-los.
A partir de agora, Felipão precisa deixar de ser uma marca para se transformar em um técnico capaz, o que já provou ser.