Pelo Estadual, na Baixada: Athletico 2x1 Coritiba. Não foi ambientado no humor eternizado por Paulo Gustavo, em “Minha mãe é uma peça”. Pelo contrário. Foi em um ambiente carrancudo, como é o de um jogo, mesmo sendo Atletiba, sem jogadores de qualidade.
Mas para os atleticanos, foi um Atletiba cheio de graça, como é vencer nas circunstâncias em que venceram: com um time de reservas, contra um Coritiba com tudo o que tem de melhor, ganhando no último minuto, em um chute improvável, como foi o de Vitinho.
Não vou quebrar lanças e analisar o Atletiba como um jogo de virtudes, um jogo de erros e de soluções táticas. E nem se me fosse exigido poderia fazê-lo, pois futebol não houve.
De um lado, estava um Furacão desfigurado pelos reservas de um time que já anda na corda bamba; e, de outro, um Coxa que continua sofrendo a péssima influência do seu treinador Morinigo, indo no sentido inverso das obrigações futuras, pois ao invés de evoluir, regride.
Tudo que aconteceu antes do gol final de Vitinho, é irrelevante: o primeiro gol do Furacão, da cabeça de Vitinho, o gol de empate do Coxa, da cabeça de Vaguininho e, uma ou outra defesa de Wilson e Bento.
O Atletiba começou e terminou com o gol de Vitinho, no último minuto de jogo. Como um predestinado, como uma dessas glórias súbitas que, de vez em quando, rompem em Atletiba, o menino recebeu a bola na entrada da área, e mandou-a no ângulo direito do goleiro Wilson.
Para ter um juízo definitivo do tamanho da beleza do gol não se pode analisar apenas o chute de longe e o lugar para onde ele encaminhou a bola. É preciso associar esses fatores ao significado de marcar um gol assim no último minuto de um Atletiba.
Um gol como o de Vitinho cria um estado de alma.
Pena que o fotógrafo Nego Miranda, atleticano dos grandes, foi embora e levou a sua máquina antes de flagrar o gol de Vitinho. Essa coluna é uma homenagem à sua memória e uma forma de solidariedade a sua família.