No futebol brasileiro, violam-se as regras quando é para o Flamengo
A volta do público aos estádios brasileiros deve adotar o princípio da igualdade, foi a decisão de clubes e CBF por um fator político: há os Estados que seguem a cartilha bolsonarista e são mais flexíveis; e, há outros, que seguem a ciência e são mais intransigentes. Por exemplo: o prefeito Rafael Greca anda indisposto a liberar público para eventos esportivos antes de janeiro de 2022.
Mas, no futebol brasileiro as coisas seguem uma única ordem: quando precisa acertá-las para o benefício do Flamengo, violam-se as regras, inclusive morais.
O Superior Tribunal de Justiça Desportiva, órgão dependente da CBF, concedeu liminar para o Flamengo jogar com público nas cidades que atenderem essa condição.
É certo que não faltarão políticos populistas que abrirão estádios para o povo ver o Flamengo jogar. Isso se não foi tudo combinado com os políticos cariocas.
E, então, o desequilíbrio técnico de campo aumentará com a influência da torcida por ser um clube de âmbito nacional. E, também, financeiro, pois será o único que voltará a ter a bilheteria como fonte, refletindo na venda de títulos associativos.
Não me surpreende a traição do Flamengo. A sua conduta nunca foi solidária. Individualista, historicamente sempre quer fazer prevalecer o seu interesse em prejuízo da maioria.
Já escrevi que a Lei do Mandante, que irá permitir ao clube mandante negociar os direitos de transmissão, está sendo operada para o Flamengo. Os outros estão sendo usados pelos cariocas. A negociação em bloco é mentirosa, porque se a proposta final não for do interesse do clube da Gávea, esse se desgarra. Qualquer emissora que tiver sob contrato, Flamengo, Corinthians, São Paulo e Palmeiras, acertando a tabela com a CBF, terá todos os outros como coadjuvantes.
Esse ato do Flamengo dá a exata noção de como será a Liga dos Clubes.