Athletico volta a São Januário. Será que jogará com o copo cheio?
O Athletico volta a jogar no Brasileirão, em São Januário, contra o Vasco da Gama. Se tivéssemos o direito de ter o controle sobre sentimento que provocam lembranças e apagá-las, tratando-se do Furacão, escolheria as mais doloridas.
Todos lembram do roteiro para ganhar o primeiro Brasileirão por pontos corridos, em 2004. Líder do campeonato, precisando de 9 pontos, ganhando do Grêmio, já rebaixado, em Erechim, do Vasco, já desclassificado, em São Januário e do Botafogo, contra o rebaixamento na Baixada, o Athletico precisa de seus pontos.
O roteiro de alegrias acabou sendo um roteiro fúnebre. Ganhando do Grêmio por 3x0, deixou empatar no final, 3x3. A desgraça de Erechim não seria sentida se ganhasse do Vasco, em São Januário.
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Abalado pelo fracasso em terra gaúcha, pressionado pela guerrilha de Eurico Miranda, o Athletico medrou.
Washington trocou o seu “coração valente” por coração vaidoso em busca da artilharia. E pôs-se a perder gols, causa imediata para a derrota por 1x0, e o adeus a bi. O atleticano parecia personagem da “Construção” de Chico: ”Tem dia que a gente se sente como quem partiu ou morreu”.
Por pontos corridos, nunca mais o Furacão disputou o título.
Sem Fernandinho, embora menino, foi um dos poucos que não tremeu naquela tarde, o Furacão volta a São Januário. E o faz com o modo esquisito que adotou do copo meio cheio e meio vazio. Ganha nas Copas e fracassa no Brasileirão.
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Não se sabe dos seus limites nas Copas, mas se sabe que precisa sair do desconforto da tendência negativa na classificação nacional. Lembranças, lembranças.
Das boas lembranças da vida sobre o Athletico, ninguém conta melhor do que os jornalistas André Pugliesi e Sandro Moser.
Uma vez por semana, no Newsletter Baixada, Pugliesi e Moser fazem uma visita ao passado do Athletico, e nos trazem as histórias, algumas escondidas e esquecidas, de fatos, de ídolos, de desconhecidos e de personagem que fizeram a sua grandeza.
São narrativas em contos, são textos curtos em torno de um enredo. São românticos, simples e metafóricos, ilustrados por fotografias surpreendentes que estavam acomodadas em gaveta e filme, alguns só agora revelados.
A “Baixada”, uma produção independente, acessa-se por um troco de real, na baixada.substack.com. Com ela, teremos o sentimento de que cada conto, conta um momento da história que fosses testemunhas, mas que a memória e o coração haviam arquivado.