Athletico, em três versões, ganha do Vasco
Às vezes, sinto-me injustiçado. É que, ainda há criticos de texto que tratam-me de comentarista de resultado. Então, pergunto: o que sobrou desse jogo do Athletico contra o Vasco, na Baixada, além da vitória por 1 a 0?
E vejam bem: contra um Vasco à caminho do rebaixamento e jogando com dez jogadores desde os 15 minutos de jogo, quando Hugo Moura foi expulso.
Sobrando a vitória, pergunto: é preciso mais?
É preciso deixar claro um fato: esse Furacão do mestre Cuca é complicado de se entender. Bem por isso, nesse jogo, pode ser dividido em três. Nos 30 minutos iniciais, jogou como não havia jogado nesse campeonato. Fernandinho e Zapelli, ganhavam a bola, o espaço e à partir deles, o seu jogo foi brilhante. Marcou com Erick, aos 26 minutos, em jogada de Gamarra e Esquivel. Antes e depois do gol, perdeu dois gols pelo mesmo Erick, mandou bolas à granel, na trave, e parecia distribuir convites para um concerto de futebol.
Mas, daí, sem Canobbio, foi esvaziando-se. O seu segundo tempo foi assustador. Apenas com a entrada de Nikão conseguiu equilibrio e manter a bola mais no seu campo. Se o Vasco tivesse o mínimo de qualidade, teria provocado um desassossego na Baixada.
Há uma explicação para os riscos que o Furacão correu na etapa final mesmo contra um Vasco numericamente reduzido: não adianta jogar contra um time com dez, tendo Julimar como opção imediata e Cuello como solução. E depois, tentar contra ataque com Mastriani (R$7 milhões) é jogar com ilusão. Com razão, a torcida perdeu a paciência com Julimar e Mastriani.
A exceção de Palmeiras e Flamengo, todos os times precisam ser analisados dentro do plano da realidade do futebol brasileiro. A realidade do Athletico é essa que está aí. E no entanto quando termino o texto, pergunto: quem é o líder campeonato?