Opinião

Athletico nas quartas de final; só Deus e Felipão sabem como foi

Por
Augusto Mafuz
06/07/2022 03:27 - Atualizado: 04/10/2023 20:18
Felipão.
Felipão. | Foto: Divulgação/Conmebol

Libertadores, Assunção: Libertad 1x1 Athletico. O Furacão vai jogar as quartas de final. Aprende-se lendo Nelson Rodrigues que a vida dos homens e dos times depende, às vezes, de episódios quase imperceptíveis. Por exemplo: quando o Furacão perdia (1x0) e jogava mal (aliás, muito mal), Felipão trocou Vitor Roque por Rômulo, um menino que está amamentando, tal qual a loba romana amamentou Rômulo, o fundador de Roma.

Todos praguejaram a saída de Roque. Mas o velho mestre que sabe das coisas sabia que para evitar os pênaltis iria precisar mais da altura de Rômulo do que do talento e da força do baixinho Roque.

E aconteceu: pela rota de costume de Felipão, quando já pareciam encomendados os pênaltis, no último minuto, Khellven cruzou uma bola alta para a área paraguaia e Rômulo primeiro cabeceou e, no rebote, finalizou o goleiro Martín Silva. Khellven e Rômulo, outra vez. Um gol custo zero que colocou o Furacão nas quartas de final e o fez ganhar mais alguns milhões.

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Bem que poderia ter um outro roteiro, se Erick no primeiro minuto de jogo não perdesse o gol que perdeu. Ou se parasse Santa Cruz, que aos 48 minutos da etapa inicial entrou driblando a zaga e venceu Bento. Libertad 1x0.

O Athletico, que fazia o seu único jogo ruim com Felipão, continuou ruim. Com os péssimos Canobbio e Cuello, entregava Vitor Roque aos paraguaios. Com Terans, Erick e Hugo Moura sonolentos e sem alma, abria espaços para o Libertad criar. Se não marcou outra vez com Santa Cruz na etapa final, foi porque o goleiro Bento não é santo, mas faz milagres.

Jogou mal é verdade. Mas esse é o Furacão de Felipão. Sem vaidade, não tem e não quer ter nada de moderno. Não sai jogando, não faz pressão na frente para ganhar a bola, faz a velha marcação por zona, joga com bolas longas, bolas curtas e chutões.

Engana-se quem pensa que o gol para ele é a Lua. Pode até demorar, mas não há jogo em que ele de uma maneira ou de outra, deixa de marcar. Quando nada mais resta, ainda tem a estrela e a sabedoria de Felipão para administrar as suas fraquezas.

Temo pelo futuro dos velhos corações. Eles não estavam preparados para essa altura da vida ter que enfrentar emoções de um Athletico de Felipão. Rômulo, entrou como candidato a rei e saiu coroado.

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Augusto Mafuz é um dos comentaristas esportivos mais tradicionais de Curitiba, conhecido por sua cobertura do Athletico e outros times da capital. Nascido em Guarapuava em 11 de maio de 1949, Mafuz tem sido uma figura central no j...

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