Agora, o Athletico perde "como nos tempos de Farinhaque e Zraik"
A derrota do Athletico para o Juventude, na Baixada, por 2 a 1, não foi surpresa. E, como não será surpresa ser for eliminado da Sul Americana, em Córdoba, pelo Belgrano. E, não será surpresa se for eliminado na próxima da Copa do Brasil. E, como não será surpresa se continuar em decadência no Brasileirão.
Um atleticano, ingenuamente, perguntou ao diretor de marketing, Mauro Holzman, do Furacão, como estava o Athletico? A pergunta simples, cheia de ideal, recebeu essa resposta: "Esta melhor do que nos tempos de Farinhaque e Hussein Zraik".
Holzmann teria razão se naquele tempo o Athletico fosse um vendedor contumaz de promessas como um título da Libertadores e, em especial, com um título de Campeão do Mundo.
Se naquele tempo, o candidato a manter-se dono do clube, prometesse um grande time porque havia faturado R$ 800 milhões para 2024. Se naquele tempo, os dirigentes fossem remunerados com salários milionários, sem a preocupação de serem perturbados por resultados.
Holzmann teria razão se nos tempos de Farinhaque e Zraik, o Athletico tivesse R$ 80 milhões para jogar fora, em um mês contratando Léo Godoy, Gamarra, Felipinho, Benítez, Gabriel, Di Yorio, renovasse com Thiago Heleno, Pablo, e Christian e, em cinco meses, mudasse quatro vezes de técnico.
Essa resposta de Holzmann tem um conteúdo profundo que não se esgota na ironia e no desprezo ao passado. Dele, extrai-se a prova de que já não tendo mais desculpas para o fracasso esportivo, usa-se o passado da pobreza material de quem sempre viveu por amor, como referência para justificar os desvios do objeto social do clube, que são as vitórias e a competição de campo.
Às vezes tenho saudades dos tempos de Farinaque e Zraik.
Era uma vida de pobre, de tristeza e de alegria de ocasiões, é verdade. Mas não se vivia sob a bandeira do engano, da promessa e da mentira como painel para esconder um Athletico de mercado que produz milionários nos seus escritórios.
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