Se não tiver medo do Palmeiras, o Athletico pode passar
O Athletico começa a decidir uma das semifinais da Libertadores com o Palmeiras. Há uma conjunção astral entre os atleticanos, que só ocorreu na conquista do maior título da sua história, o Brasileirão de 2001.
É agora ou nunca, eis a questão. Não me associo a esse radicalismo. Afinal, há um critério eliminatório em que várias circunstâncias podem intervir para a solução final. Mas, também, não sou um daqueles conformistas que transfere a obrigação de vitória. No caso, para o Palestra, sob o pretexto de que tendo ele o poder financeiro, tem a solução para o futebol.
Se há um evento em que o Athletico não pode usar como fundamento o desequilíbrio financeiro é esse com o Palmeiras. E, em estrutura e gerenciamento, o Furacão é superior, daí ser semifinalista.
Não se pode ignorar que o Furacão, para executar o projeto de título da Libertadores de 2022, gastou ou vai gastar mais do que R$ 100 milhões com Abner, Babi, Canobbio, Bryan Garcia, Pablo Siles, Cuello, Vitor Roque, Vitor Bueno, Matheus Fernandes, Vitinho, Pablo e Marcelo Cirino entre direitos, salários e comissões. Isso quer dizer que se for eliminado, as diferenças financeiras com o Palmeiras, desta vez, terão que ser descartadas como argumento para a derrota.
Não acredito que o presidente Mario Celso Petraglia e o treinador Felipão tratem o poder de compra para raciocinar sobre o jogo. Seria até diminuir as realizações do Furacão. Felipão, em especial, cujos 40 anos de experiência lhe ensinaram que, entre os caminhos para ganhar em critério eliminatório, a solução se limita à condição técnica de um e de outro.
Nada que um plano tático que se afaste da aposta no casuismo, não resolva. Times como Olimpia, de Assunção, Estudiantes, Veléz Sarsfield, Argentinos Junior e San Lorenzo, da Argentina, LDU de Quito não são ricos e já ganharam o título da Libertadores. Se perder por uma questão do futebol, estará dentro da normalidade. O que não pode é ter medo de ganhar.