A outra verdade sobre esse fantástico Athletico
No futebol, a euforia por momentos históricos tem uma boa dose de auto-engano. Com a espetacular vitória sobre o Galo, no Mineirão, estimula-se uma certeza absoluta de que, em La Plata, o Furacão irá passar pelo Estudiantes e ir jogar a semifinal da Libertadores.
Talvez por ser de uma geração que aprendeu a conviver com a desilusão, prefiro colocar uma dose de ponderação nessa certeza. No futebol, quem conviveu quase uma vida com a desilusão aprende que tudo por ser temporário é precário, inclusive, a alegria.
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Não se trata de pessimismo, nem usar um freio à alegria dos atleticanos. Eu próprio - e já me falam em casa - pareço aquele que por conta da paixão entendia que o Furacão era uma grande ilusão da vida de um povo.
Ocorre que ao contrário do que a maioria dos atleticanos pensam, até um dia desses, o Athletico, com a desordem em campo, não tinha time. É possível afirmar que estaria fora da Libertadores e da Copa do Brasil. E, talvez, passando algum constrangimento no Brasileirão.
Passou a ter time porque a vida ensinou ao presidente Mario Celso Petraglia que o saber ilude e que a razão não é infalível. Por isso, compensando os erros com Valentim e Carille e de algumas contratações, trouxe Luiz Felipe Scolari.
E tudo o que se vive hoje no campo é só em razão de Felipão. A sua sabedoria teve reflexos imediatos na construção de um time no sentido que o futebol exige: grupo ordenado, disciplinado, consciente das suas limitações e virtudes e que é dependente de todos.
Mas Felipão é mortal e a torcida não pode esquecer que é futebol, que torna tudo possível em La Plata.
Augusto Mafuz é um dos comentaristas esportivos mais tradicionais de Curitiba, conhecido por sua cobertura do Athletico e outros times da capital. Nascido em Guarapuava em 11 de maio de 1949, Mafuz tem sido uma figura central no j...
