Athletico e o “João e Maria” de Chico. Um faz-de-conta
Conta a lenda que com um violão e uma dose de uísque, em cinco minutos, o imortal Chico Buarque compôs a música e verso de João e Maria. Lembram? A canção é sobre um heroi montado em um cavalo que só falava inglês, que enfrentava os alemães e os seus canhões, mas que depois guardava a atiradeira para ensaiar um rock para as matinês. Ah! meu tempo de “Banho de Lua”.
Avançando a canção, em respeito à pureza das crianças, Chico deixa claro que tudo não passa de um faz-de-conta em uma noite que prolonga-se tanto que parece que não tem fim.
Lembrei dessa monumental obra de Chico, vendo o Athletico jogar em Cianorte. O Furacão faz do torneio estadual um verdadeiro faz-de-conta. Joga como todos os grandes do Brasil: por obrigação imposta pelas mercenárias federações estaduais e CBF.
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Então, aproveita para apresentar um time com jogadores para todos os gostos. A excelência de Léo Linck e Zapelli, e a boa regularidade de Gamarra contrastam com a insegurança perigosa de Kaique Rocha, a variação de mal para pior de Hugo Moura e Madson, a grossura, agora, aliada à má-vontade de Cuello e a previsibilidade de Pablo. Depois, para satisfazer algum gosto escondido, promove o retorno triunfal de Matheus Babi.
E daí, algum gosto não satisfeito? Tem Danielzinho, Jader, Vinicius Kauê e o “matador” Julimar. E, ainda assim, o Furacão vai disputando a liderança da fase classificatória.
Tudo isso seria absorvido como normal para o projeto do Caju, e justo como denuncia dos prejuízos que sofre para jogar o torneio, se o doutor Juan Carlos Osorio respondesse: haverá tempo para alcançar no mínimo o razoável para o Atletiba? Se o doutor responder que sim, então esse faz-de-conta terá valido a pena.