O Athletico iria vencer o Inter. Mas, Varini deu um chute no balde
O treinador do Athletico, Martín Varini, já deve ter ouvido sobre a expressão “vaca holandesa”, que está incorporada como uma figura da linguagem do brasileiro.
Bem resumida, a vaca holandesa é uma vaca leiteira, que depois de dar muitos litros, acaba dando um chute no balde. Daí a expressão “vaca holandesa” para figurar o tratamento a alguém que depois de fazer o certo, acaba estragando tudo.
Se Varini conhece o significado da expressão, deve ter se sentido uma verdadeira “vaca holandesa” nesse empate do Furacão, no Beira-Rio, com o Internacional, 2x2.
O Athletico fazia um jogo quase perfeito. Sofreu o gol de Wesley, aos 12 minutos, mas estava tão bem ordenado que não tinha motivo para traumas. Era tão superior, que o gol de empate parecia fato anunciado. E aconteceu: aos 39 minutos, a bola cruzada da direita foi ter com o menino João Cruz na área gaúcha, que finalizou o goleiro Rochet.
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Se foi sentido um equilíbrio no final da etapa inicial, não o foi por um bom período no segundo tempo.
O Athletico tinha tudo: a supremacia tática, a posse de bola, todos os espaços do campo, e já à partir dos 49 minutos, tinha a vitória encaminhada com o gol de Canobbio em jogada de Zapelli, o melhor em campo.
Não sei se o professor Varini já conhece a expressão “samba do crioulo doido”. Nasceu de uma música de Sergio Porto, cuja letra conta a história de um compositor, que ao pretender fazer um samba-enredo com a história do Brasil, endoidou, trocando nomes e eventos. Popularizou-se como a figuração de bagunça, confusão e desordem.
Depois de fazer tudo certo, era só o Furacão manter o mesmo estado. Mas daí, Varini desordenou o que havia ordenado: improvisou Erick na lateral direita, tirou João Cruz, que dava ritmo e tinha o controle da meia, com Kaique Rocha mudou o esquema para três zagueiros, trocou Canobbio por Cuello tirando a velocidade do time, fez uma confusão.
Então, o Athletico que tinha o controle de tudo, perdeu-o. O Inter que já estava entregue e dominado, foi à frente. Com a bola e com espaços, empurrou o Furacão para trás até fazer o gol de empate, aos 50 minutos com Wanderson. E só não foi pior, porque o jogo terminou. Varini foi tudo no Beiro-Rio: um bom técnico, uma vaca holandesa e um compositor que acaba estragando o tema.