Athletico ganha do Vitória e do fantasma de Cuca
Aqueles que me tratam de comentarista de resultado devem estar recolhidos. Desse jogo em Salvador, contra o Vitória, o que sobrou para o Athletico? O resultado, 1x0.
O Furacão jogou bem? Foi o seu pior jogo no campeonato. Parecia carregar uma carga de milhões de toneladas em razão da sua crise técnica, interna e de arquibancada.
Não obstante, foi uma vitória extraordinária por um simples fato: o adversário não era apenas o Vitória. Pior do que o time baiano, era o fantasma de Cuca.
Ao acusar Cuca de ter “abandonado o barco” (e com razão), o capitão Thiago Heleno não falou apenas por si, mas por todos os jogadores. Esse fato conscientizou-os de que uma nova derrota, qualquer que fosse o motivo, iria dar trazer consequências imprevisíveis, dando vida definitiva ao fantasma de Cuca.
Bem armado no meio por Juca Antonello com Gabriel (enfim, um marcador, e enfim sem Erick), Fernandinho, Zapelli, Julimar e Christian, foi um Furacão de futebol rústico, mas de alma brilhante. Correu tanto, lutou tanto, marcou tanto que a bola pela qual jogava para ganhar era questão de tempo.
Aos 33 minutos do segundo tempo, Kaike Rocha lançou para a área, Pablo fez a parede e deixou Julimar na cara de Lucas Arcanjo. Há tempo não se via os jogadores do Athletico comemorem um gol como esse de Julimar.
Todos, em especial Thiago Heleno que havia saído no intervalo, correu para abraçá-lo. E comemoraram e festejaram assim, não por amar menos o Athletico, mas por odiar mais a Cuca, copiando o tribuno romano Cicero que falou “não por amar menos a César, mas por amar mais a Roma”.
A alma serviu para ganhar do pobre Vitória e o motivo para combater o fantasma de Cuca. Esse argumento esgotou-se no momento que o jogo terminou em Salvador.
Contra São Paulo, na Baixada, o Furacão terá que lutar, mas terá que jogar.