Opinião

Athletico fora da Copa do Brasil. Viva o Furacão

Por
Augusto Mafuz
18/08/2022 03:00 - Atualizado: 04/10/2023 20:05
Athletico sentiu a diferença do elenco ao longo dos 90 minutos.
Athletico sentiu a diferença do elenco ao longo dos 90 minutos. | Foto: Atila Alberti/UmDois Esportes

Na Baixada, pela Copa do Brasil: Athletico 0x1 Flamengo.

Um dos ônus de conquistar a identidade de grandeza nacional é o de ter que justificar as derrotas. Os mais apaixonados, que são a maioria e que, às vezes, se alimentam de ilusões, tratam de tragédia. Para os sábios moderno, um fracasso.

A submissão do Athletico ao Flamengo pelas condições técnicas dos dois times foi absolutamente natural. A sua exclusão do torneio foi consequência de um principio secular do futebol. É possível ser igual correndo, marcando e lutando. Mas chega um momento em que é preciso jogar. Daí a diferença é a qualidade.

Foi o que aconteceu na Baixada. Enquanto esteve arrumado à maneira de Felipão, com três zagueiros e quatro meias defensivos, o Athletico amarrou o Flamengo. Bem por isso, o jogo foi para o intervalo proibindo aposta para qualquer um dos dois. Ainda que Felipão insistisse com Pablo, no qual todas as jogadas de ataques morriam.

Mas quando a solução do jogo exigiu qualidade, então as diferenças entre uns e outros foram escancaradas. Os 13 minutos iniciais do segundo tempo do Flamengo foram um massacre que teve como corolário o belo gol de Pedro (e o da vitória), suspendendo o corpo no ar e, de costas, chutando de voleio.

Sem a ilusão do zero a zero e tendo que igualar pela técnica, o Athletico não teve recursos. E nem se censure a ordem de jogo ditada por Felipão. Qualquer coisa diferente que fizesse, colocaria o Furacão sob o risco de uma goleada. Enfrentando o Flamengo com a soberba do “igual por igual”, qualquer time no futebol brasileiro perde e, é capaz de ser goleado.

Diferenças de elenco de Athletico e Flamengo impedem ilusão

Enquanto o Mengo usava como opção Everton Cebolinha, o Furacão tinha que recorrer a Canobbio e Cuello. Diante desse cenário, os atleticanos mais realistas, e que são poucos, ficaram conformados com a derrota simples, diante de extraordinárias diferenças.

Quando a diferença no placar é de apenas um gol em dois jogos, fica a sensação de igualdade. Essa ilusão é que faz seguir a vida. Um dia voltará a ir além da ilusão. Já aconteceu.

Nem tragédia, nem fracasso.

Apenas o Athletico voltando à sua realidade técnica com Abner, Canobbio, Cuello, Vitor Bueno, Matheus Felipe e Hugo Moura.

O Furacão está eliminado. Cresceu tanto que até uma derrota como essa é absorvida como natural. Próprio dos grandes.

Veja também:
Athletico contra a queda: veja risco de rebaixamento após empate com o Bahia
Athletico contra a queda: veja risco de rebaixamento após empate com o Bahia
Série B: Veja os times que conquistaram o acesso e os rebaixados
Série B: Veja os times que conquistaram o acesso e os rebaixados
Drama no final: Athletico possui marca amarga no Brasileirão
Drama no final: Athletico possui marca amarga no Brasileirão
Por que o sentimento de perda nesse empate do Athletico, em Salvador?
Por que o sentimento de perda nesse empate do Athletico, em Salvador?

Augusto Mafuz é um dos comentaristas esportivos mais tradicionais de Curitiba, conhecido por sua cobertura do Athletico e outros times da capital. Nascido em Guarapuava em 11 de maio de 1949, Mafuz tem sido uma figura central no j...

twitter
+ Notícias sobre Augusto Mafuz
Por que o sentimento de perda nesse empate do Athletico, em Salvador?
Augusto Mafuz

Por que o sentimento de perda nesse empate do Athletico, em Salvador?

Nem Cabral, nem Taquito, nem Ziquita. É Cuello, o salvador do Athletico
Augusto Mafuz

Nem Cabral, nem Taquito, nem Ziquita. É Cuello, o salvador do Athletico

Na Baixada, outra vez, a torcida e Cuello salvam o Athletico
Augusto Mafuz

Na Baixada, outra vez, a torcida e Cuello salvam o Athletico

Athletico fora da Copa do Brasil. Viva o Furacão