Precisamos falar desse Athletico de Felipão e Turra
Pela Libertadores, o Athletico perdeu para o Galo, no Mineirão (2x1). Mas como a sorte também traz consolo para os grandes, não perdeu a liderança do grupo com a derrota do Alianza para o Libertad, 2x1. E a derrota no Mineirão não é nada que não possa ser absorvida com os jogos na Baixada contra Alianza e Libertad. Deve terminar como líder e cabeça de chave para a próxima fase. Um Boca não faria mal.
Mas, a análise simples não pode deixar de tratar de uma questão relevante: o que foi feito daquele projeto de que o Furacão seria uma escola de um jogo de futebol padronizado, com princípios "cruyffianos" e "guardiolistas", que não só conquistasse títulos como encantasse? Com Paulo Autuori e Tiago Nunes, o Athletico ganhava, era campeão jogando um futebol belo e terno.
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Com Felipão e Turra, esse ideal foi jogado no lixo. O Athletico deixou de ter um projeto de futebol para ter um projeto de jogo de resultado. Por não ter nenhum padrão, o time de Turra e Felipão joga ao "deus-dará", chutando para todos os lados, misturando funções, ficando à espera de que o acaso apareça para oferecer soluções. Talvez tenha razão em um ponto: a boa qualidade técnica do time, às vezes, atrai o acaso.
É por causa da adoção dessa proposta que esse Athletico fica em uma zona cinzenta no Brasileirão. Em um campeonato em que se disputa o título a cada jogo, é necessário ter um padrão de execução contínua e para isso impõe como pressuposto uma ordem padronizada, por mais simples que seja. E ainda assim, na Libertadores e na Copa do Brasil, haverá quem adote um método mais conciliador com a exigência do futebol com método contínuo.
Perguntarão: você não é um comentarista de resultado? Por ser conservador, sou porque não há nenhuma outra verdade. Só que o resultado como consequência de um projeto sério é mais duradouro, ao contrário, do resultado do jogo em que se escala o acaso como principal jogador.