O Athletico de Felipão: jogando mal, ganha
O conceito de vitória em jogos eliminatórios da Libertadores da América tem que se manter na literalidade: vitória é vitória. Dar um tratamento diferente nessa época de futebol selvagem em que é possível usar a luta, a marcação cerrada e as faltas para tornar igual o desigual, é querer impor uma realidade que já não tem mais acesso.
Disserto essa minha teoria para afirmar que o Athletico teve uma grande vitória (2 a 1) sobre o Libertad, na Baixada. Os seus erros e as suas virtudes no jogo não saíram do padrão da sua conduta no Brasileirão.
Pouco de bonito, muito de rústico. Mas o torcedor que não se engane: não é possível, ou não foi possível nesse jogo, ir muito além com Khellven, Hugo Moura, Christian, Cuello, Canobbio e Vitor Bueno, que precisam ser mecanizados em um esquema. David Terans e Nico Hernandez carregaram o time nas costas.
Quando eu afirmo que a vitória de 2 a 1 do Furacão deve receber o tratamento de grande, é porque na Libertadores uma vitória vai além dos números do placar. No caso, não esgota nos 2 a 1. Há que projetar os seus efeitos e as suas consequências. Ganhar a primeira independentemente dos números, permite projetar trabalho, esquema, espírito dos jogadores, pois já se tem o direito adquirido do empate. No futebol atual isso não é pouca coisa.
O Athletico com Felipão é assim: jogando mal, ganha de 2 a 1. E sempre será como o tango de Gardel “Amores de Estudiantes”: “hoje um juramento, amanhã uma traição”.