Opinião

Athletico, Felipão e o “sexto sentido” de Petraglia

Felipão no comando do Athletico

Felipão tem mais de 71% de aproveitamento nas oitavas da Libertadores.

O senhor Luiz Felipe Scolari não foi, não é e nunca será o técnico dos meus sonhos. O seu histórico de conquistas tem como núcleo a eventualidade, que tem como fonte geradora o acaso.

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As vitórias em torneios eliminatórios estão associadas à boa ordem tática e a qualidade individual, mas, também, à alienação de um ou outro fato necessário, embora imprevisto.

Ganhou e disputou títulos dotando o time muito mais de emoção do que de ensinamentos táticos ou criações imediatas para reverter um jogo. Só não precisou forçar o interior humano quando tinha Marcos, Cafu, Arce, Clebão, Zinho, Roberto Carlos, Alex, Rivaldo e outros craques do Palmeiras na época Parmalat.

Foi somente a marca do motivador que lhe deu uma sobrevida depois dos 7 a 1 no Mineirão. No Palmeiras, ganhando um título brasileiro, e agora, no Athletico, construindo um castelo de ilusões na Baixada que já começa a ruir.

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Entrará para a história muito mais como uma grife do folclore do futebol do que como um professor como foi Telê Santana, Zagallo, Evaristo de Macedo e Claudio Coutinho.

Esse entendimento que tenho de Felipão não me obriga a filiar-me às críticas que lhe imputam responsabilidade direta pela eliminação do Athletico da Copa do Brasil.   

Quem limita a análise à ordem defensiva do jogo trata do óbvio, esquecendo do essencial. Há uma parada voluntária no óbvio porque alcançando o essencial não tem como lembrar do “sexto sentido” do presidente Mario Celso Petraglia para contratar.

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Quando Felipão chegou ao CT do Caju já estavam Abner, Hugo Moura, Erick, Vitor Bueno, Matheus Fernandes, Pablo, Babi, Dedé, Cirino, Canobbio e Cuello. Já formado um grupo, sem uma única revelação como consequência do péssimo gerenciamento das categorias de base.

Criticam Felipão para não lembrar que não se concordou com o contrato que Nikão pedia, porque era mais interessante gastar R$28 milhões em percentuais por Cuello e Canobbio. Na Baixada, o dinheiro tem que rodar. Perguntem a Felipão se ele deixaria o Athletico gastar 30 moedas por Cuello e Canobbio.

Critica-se a retranca de Felipão e lembram de Tiago Nunes, como se a memória humana fosse tão curta, assim. Os times de Tiago tinham laterais Jonathan, Madson e Renan Lodi; na zaga com Thiago Heleno, Léo Pereira; no meio Wellington, Lucho González e Bruno Guimarães, Raphael Veiga e um inteiro Léo Cittadini, e no ataque Rony e Marco Ruben.

Sempre o essencial é mais importante que o óbvio.

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