Athletico decifra a si próprio e dá um baile no Flamengo
“Vesti azul minha sorte então mudou”, a minha geração cantava com Wilson Simonal nos anos 60. Pelo Brasileirão, no Estádio Kléber Andrade, em Cariacica-ES, forrado de flamenguistas, o Athletico, vestido de azul, deu um baile naquele que representa a alta burguesia do futebol brasileiro, o Flamengo: 3x0.
No futebol não há coincidências. Há fatos que não ocorrem por acaso. Foi um Furacão como nunca tinha sido visto desde que Wesley Carvalho assumiu o seu comando técnico. Assim, livre e sem amarras.
+ Leia todas as colunas de Augusto Mafuz no UmDois
E o fato que motivou foi apenas um: a ausência forçada (contusão) do chileno Vidal. Sem ele, com Hugo Moura, Erick, Vitor Bueno e Bruno Zapelli, todos os setores e funções ganharam tamanho equilíbrio que as ausências de Fernandinho, Vitor Roque e Canobbio foram compensadas. Melhor ainda quando Alex Santana entrou. Ficou mais leve, quase voando. Vitor Bueno provou que tem direito de escolher a camisa para jogar no meio-campo.
A goleada com os gols de Cacá, Alex Santana e Vitor Bueno foi resultado de um jogo estupendo. Mais do que alegria, motivou orgulho.
O Furacão é mesmo um enigma que só ele é capaz de decifrá-lo. Por que é preciso se automutilar, abrir algumas feridas para ele próprio ter que cicatrizá-las? Foi deixando pontos no meio do campo, foi excluído da Libertadores por primários bolivianos, tudo porque o treinador se torna um tutelado pelo excesso de tutores no Caju.