O Athletico já cumpriu o seu papel na Libertadores?
Libertadores, Baixada: Athletico 5 x 1 Caracas. O Furacão tinha dois jogos por fazer: o primeiro, o mais importante, ter um resultado (vitória ou empate) para seguir em frente na Libertadores. E o segundo era para fazer a prova de que a sua evolução com Felipão é fato definitivo e não casual.
Eram dois jogos independentes um do outro. Para alcançar o objetivo do primeiro, não precisava necessariamente alcançar o do segundo. O Furacão ganhou o mais importante e o fez de goleada: 5 a 1, classificando-se para as oitavas de final. Resta saber se ganhou o segundo jogo que tinha a ver com o seu futuro no torneio.
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Ganhar de 5 a 1, em qualquer circunstância, em um torneio como a Libertadores, só é possível com virtudes. Elas podem ser poucas, podem até ser duvidosas, mas existem. E o Athletico as teve pela goleada em si e por alguns bons momentos de disposição de jogo.
Mas afirmar que essas virtudes provam a evolução como fato definitivo é descontrole da paixão. É difícil acreditar que Hugo Moura, Canobbio, Nico Hernández, Cuello, Erick, Khellven, Pablo, Matheus Fernandes e Vitor Bueno, tenha uma evolução de competição.
Não se pode deixar de considerar para a análise o de que o Caracas é um time secundário, como é secundário é o futebol venezuelano. Com um time à base de reservas, tornou-se primitivo. Na notável linguagem figurada de Juca Kfouri seria uma espécie de “Ninguém FC”.
Bem por isso, o jogo foi generoso para o Athletico. Quando trocou a “ligação direta” pela saída de bola, foi envolvente. Como consequência, os gols foram saindo: aos 18 minutos, Pablo chutou de longe e fez 1 a 0; aos 21, David Terans errou o chute, a bola bateu na traseira de Pablo e entrou: 2 a 0; e, aos 47, Christian, vindo de trás, chegou na área e apanhou o lançamento da esquerda, 3 a 0.
Veja só como é o futebol. O Furacão marcaria mais dois gols na etapa final, com Christian aos 25 e Pedro Rocha aos 27. Só que antes, aos 12 minutos, Pedro Henrique, Nico e Bento falharam em uma bola alta, permitindo que Rivero marcasse para o Caracas.
Esse gol, que em condições normais seria irrelevante, acabou subtraindo do Furacão a liderança do grupo. Na guerra cultural de arquibancada, o lamento do gol sofrido foi maior do que a euforia dos cinco gols marcados.
O segundo lugar do grupo acabou sendo a conta menor que o Furacão pode tirar de sua vida errante nessa fase. Depois dos estragos de Valentim e Carille, ficou difícil uma outra escolha. Christian foi o melhor em campo.