O Athletico centenário começa o ano como uma criança. Só bobagens
Como o amor cantado por Zezé di Camargo e Luciano, o Athletico é um caso complicado de se entender. Em dezembro, o seu presidente Mario Celso Petraglia quebrou o sigilo financeiro do clube, anunciando um faturamento de R$ 800 milhões. Coisa de louco, diria Ruy Barbosa. E cravou: “Faremos um grande time”.
Mas eis que o ano do centenário começa com o Furacão empurrando goela abaixo da torcida um time com Madson, Kaique Rocha, Vinicius Cauê, Pablo (sim, Pablo), Lucas Belezi, Julimar, Rômulo e Cuello, que está se tornando o amuleto, só que do azar, do doutor Osorio.
Querem um exemplo? Nesse jogo contra o Maringá (1x1), uma bola foi lançada para Madson que na frente de um goleiro já vencido, chutou na torcida. Cometi o pecado de lembrar de Carlos Alberto Torres, no quarto gol do Brasil contra a Itália, no México. Um pecado que em uma confissão simples receberia o perdão. No futebol, não há pecado pelo amor.
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O Furacão despejou R$ 30 milhões no zagueiro Gamarra e no atacante Benítez, como se o jogador paraguaio fosse referência para a formação de “um grande time”. E, ainda, insiste em contratar um atacante paraguaio na Argentina pelo qual pedem 7 milhões de dólares. Não sou de discriminar produto paraguaio. Mas formar “um grande time” atravessando a Ponte Internacional da Amizade, é tratar a torcida de boba. Talvez, o zagueiro Gamarra seja um bom reserva.
O Furacão, que foi incapaz de vencer o Azuriz, empatou na Baixada com o Maringá com o auxílio do árbitro e da incompetência dos atacantes da “Cidade Canção”. Uma frustração para as 34 mil mulheres e crianças que lotaram e emocionaram à Baixada.
O Athletico é mais complicado que o amor cantado por Maria Bethânia. No “grande time” prometido, só jogam Bento e Fernandinho. O doutor Osorio, por enquanto, não tem culpa de nada. Mas a terá se insistir em escalar Cuello e deixá-lo até o final do jogo.