Athletico campeão. É melhor ser feliz do que ter razão
O Athletico é o campeão do Paraná de 2023. Ganhando em Cascavel por 2 a 1, poderia empatar esse jogo da Baixada. Ficou no limite: 0x0. E não foi pouca coisa: invicto, melhor defesa, melhor ataque e Pablo como artilheiro do campeonato.
No futebol, deve ser descartado o resultado do último jogo quando a consequência final é a conquista de um título. O fato por encerrar o justo era a motivação ideal para uma festa na arquibancada e no campo. No entanto, o que se viu após a conquista do título foram os aplausos discretos dos torcedores e a reação fria dos jogadores.
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O que pode explicar esse anticlímax da Baixada como se fosse véspera de um apocalipse? Um título entra para a história seja qual for a sua natureza. É que o seu valor deve graduado pelo sentimento. E no futebol, a exigência que vai além da conquista revela egoísmo.
A torcida do Athletico é apaixonada, mas não é ingênua e, portanto, não é egoísta. Ela ganhou a consciência definitiva de que o clube alcançou um estágio no futebol brasileiro e continental, que o título estadual em si não vai além do que uma obrigação. Mas essa sem o corolário do belo e, da imposição da supremacia técnica e institucional do clube, acaba perdendo um pouco da essência. E a obrigação tinha que cumprir como um jogo majestoso, pois 35 mil atleticanos foram à Baixada.
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É verdade que os gols perdidos por Vitor Roque, o gol perdido por Rafael para o Cascavel e os erros do treinador Paulo Turra contribuíram para esfriar o ambiente na arquibancada. Mas, o que explica a frieza dos jogadores que apenas cumpriram protocolo com um ou outro abraço e o ritual já comum no levantamento da taça?
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É possível que a consciência deles seja conciliada a da torcida: não bastava cumprir a obrigação. Ocorre que eles não tiveram condições de sair desse limite pelos erros do comando técnico.
O Athletico é o novo campeão do Paraná. Como no poema do imortal Ferreira Gullar, é melhor ser feliz do que ter razão.