Opinião

O caso de Alef Manga: Autuori é um estranho no ninho

Alef Manga, atacante do Coritiba

O saudoso Clóvis Rossi, um dos maiores da história do jornalismo brasileiro, falou certa vez:

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“Num país de miseráveis, não é surpresa a barriga vir na frente da ética e da moral”.

O futebol desviou-se tanto de seu objeto social, que adota regras de conduta que contrariam os princípios éticos e morais. Bem por isso, um clube que segue essa orientação, não deve contratar Paulo Autuori. É certo que terá “problemas”.

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Eis o caso de Alef Manga. Réu confesso do crime de fraude de apostas, suspenso até setembro, foi perdoado pelo CEO do Coritiba, Carlos Amodeo, “por merecer uma segunda chance”.

Mas, daí veio Paulo Autuori e mandou Manga e seu advogado apostarem em outro lugar, afirmando: “Isso transcende o Coritiba. Não abro mão de princípios e valores morais em função do ganho esportivo”.

Ao dirigir a sua conduta pela teoria da virtude, que é a da ética de Aristóteles, Autuori, às vezes, causa desconforto para o sistema corrompido do futebol brasileiro.

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Paulo Autuori, ao exercer o seu poder de diretor de futebol do Coritiba afastando Alef Manga, enquadra-se na lição de Abraham Lincoln para quem “quiser colocar à prova o caráter de um homem, dê-lhe poder”. Esses atos de Autuori me comovem.

Carneiro & Mafuz

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