Aguinaldo Farias é homem ou lobisomem? Os atleticanos querem saber
O dentista Aguinaldo Coelho de Farias apresenta-se em eventos sociais como presidente do Conselho Deliberativo, do Athletico. Tratado por essa identidade, sente-se importante. E, deveria sê-lo, se não fosse um fato consolidado perante a torcida: foi eleito não por ser independente como exige o cargo, mas para implementar a vontade e os interesses do presidente Mario Celso Petraglia.
Por essa submissão, o doutor Aguinaldo foi quem implementou a outorga de poderes para Petraglia transformar o Athletico em Sociedade Anônima de Futebol para futura venda. Por essa submissão, em poucas horas convocou o Conselho e arrancou dele, sem permitir qualquer discussão, a mudança de nome da Baixada para Estádio Mario Celso Petraglia.
Mas, até aí, o doutor Aguinaldo cumpre o papel a que se propôs. É uma vergonha, mas é o que é. Em razão dessa conduta, entrará para a história como um regente submisso, sem dependência e sem nenhum espírito democrático para permitir a discussão de matérias como a sociedade anônima e a mudança de nome.
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Só que agora as circunstâncias são outras. Tratando-se do jogo jogado, a omissão e a falta de dependência irão alcançar a pessoa do homem Aguinaldo Coelho de Farias. O Athletico está a caminho da Segundona nacional, os números e o jogo no campo não mentem. No campo, a torcida assiste a um time medíocre, por não ter qualidade técnica, e a um time incapaz de superar-se, por não ter alma e dignidade.
Fora do campo, o presidente Mario Celso Petraglia está doente, sem recursos físicos para intervir com atos diretos e presenciais. E o restante do Conselho Administrativo é apenas uma figura que, fora dos estatutos, não tem vida.
Na mesma situação, o desespero da maioria das torcidas leva a atos ameaçadores, como se esses fossem o último recurso para a proteção do sentimento. A torcida do Athletico adota uma conduta de respeito. As suas reações limitam-se a vaias e protestos nos jogos. É que ainda tem a esperança de que o Conselho Deliberativo intervenha com a cobrança de respostas e exigência de providências.
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E, é aí que tem que surgir o homem e o atleticano, Aguinaldo. Como presidente do órgão, está obrigado a convocar com urgência uma reunião dos conselheiros para que sejam feitas cobranças e exigidas providências. É preciso convocar Paulo Autuori e Paulo Miranda, que mandam no futebol.
Mas, em especial, o dirigente profissional Márcio Lara, o grande responsável por esse golpe no coração do clube que é o futebol, através das contratações que custaram R$ 80 milhões, sem considerar o espólio que irá ficar com contratos e taxas.
Isso, ainda fazendo de conta que há possibilidade de salvar os R$ 50 milhões gastos com Cuello, Canobbio e Zapelli.
Não pode ficar impugne, nem mesmo sem rebaixamento, quem usou a caneta para fazer o Athletico gastar R$ 130 milhões sob pretexto de formar um "grande time". Por muito menos, rasgou-se a história de honestidade e de atleticanismo de Marcos Malucelli, expulsando-o do clube.
É preciso que o doutor Aguinaldo tenha consciência de um fato: a sua omissão em adotar essa providência irá lhe render coautoria, sem nenhuma atenuante, para hipótese de o Athletico ser rebaixado.
De acordo com a sua conduta, agora, o doutor Aguinaldo dará o rumo para a sua história dentro do clube: será o do homem ou do lobisomem.