Abel Ferreira? Técnico é o Cuca e líder é o Athletico
Brasileirão, em Barueri: Athletico 2 x 0 Palmeiras. A vida dos homens e dos times depende, às vezes, de episódios imperceptíveis, escreveu certa vez o imortal Nelson Rodrigues. A que levou era carregada de alguns dúvidas.
A explicação imediata era de que os números estariam impulsionados apenas pela influência da Baixada. Seria uma espécie de oportunidade que se esgotava na própria Baixada. Mas, agora, o Athletico é líder do Brasileirão sem deixar a dúvida do suposto oportunismo caseiro.
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É líder porque venceu o Palmeiras por 2 a 0, em São Paulo, com um jogo que não reclama um ângulo específico para ser tratado como majestoso. Qualquer, seja tático ou seja técnico, foi de um líder sem ocasião.
De início, com Nikão no lugar de Canobbio, se time perdeu velocidade, ganhou mais conteúdo técnico. Com Nikão, o time ganha o que Telê Santana dizia, mais cadência para ter o controle das ações.
Dirão que nada disso ocorreria se Bento não defendesse o pênalti cobrado por Raphael Veiga quando o jogo estava 0 a 0. Mas essa supremacia começou exatamente por Bento, o que tornou previsivel defender o pênalti.
O 1 a 0 pelo gol de Pablo, de falta, poderia ter acontecido antes com Cuello e com Zapelli, tamanha a superioridade do Furacão. A excelência do comando de Cuca está fazendo com que algumas limitações técnicas não sejam sentidas.
Cuello, por exemplo. Foi dele a jogada pela direita, do segundo gol, que resultou no cruzamento desviado pelo zagueiro Gustavo Gomez contra a sua meta. Nem a expulsão de Esquivel e nem os chutes de longe contra Bento desconcentraram o Furacão. Continuou majestoso até o final.
Não vou pedir licença a Fernandinho para escolher o melhor em campo. Fernandinho jogou com o talento experiente e definitivo de craque com 38 anos, e correu durante 1105 minutos como um menino de 18 anos. Se ligasse para Guardiola e pedisse para voltar, receberia de imediato a passagem só de ida. Felizmente para o Athletico, não precisa.