A influência da Baixada tem uma condição: o Athletico jogar bem
Sempre que o Athetico precisa reverter uma situação, recorre-se ao velho sentimento de que na Baixada é possível resolver tudo. De fato, há jogos históricos em que o Furacão saiu do desconforto pelo exercício perfeito da torcida.
Só que a interpretação dessa mística esperança não pode desprezar um fato: a Baixada exerce influência decisiva na mesma proporção dos acontecimentos no campo.
Nos últimos anos, toda a vez que alcançou a reversão e se classificou, o Furacão fez uma partida quase perfeita. Fora dessa hipótese, pode ser um fator negativo. É que a paixão no futebol é um dos poucos sentimentos dirigidos pela lógica.
+ Confira a tabela do Athletico na Libertadores
Para receber os efeitos positivos desse elemento externo, o Athletico terá que fazer um jogo quase perfeito contra o Bolívar. Nessa fase da Libertadores, qualquer diferença de gols, por mais simples que seja, intervém como condição para todas as circunstâncias de um jogo.
No caso, a diferença que o Furacão terá que buscar é quase infinita: três gols para evitar a alienação dos pênaltis, cenário que desafia a perfeição tática e individual para buscar o equilíbrio, além de reclamar uma forte dose de superação. É que não basta marcar gols. É preciso não sofrê-los.
É aí que entra o treinador Wesley Carvalho. Se tinha o direito de errar, já o esgotou. Em La Paz, quando desordenou o time com a escalação do fraco Thiago Andrade; em Santos, quando exagerou na dose ao escalar juntos Cuello e Cirino; e depois, com time já sem Fernandinho, excluiu Zapelli.
A torcida que vá a Baixada com todos os seus sentimentos, mas sem deixar a paciência em casa.