Opinião

2024 está chegando. O Athletico será campeão do mundo?

Mario Celso Petraglia, presidente do Athletico

Quando afirmou que o Athletico seria campeão do mundo até 2024, Mario Celso Petraglia estaria fazendo uma promessa? Há quem trate a afirmação como promessa e 2024 não demora muito, já está chegando.

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Nunca interpretei a frase como uma promessa. Sempre entendi que, ao afirmá-la, Petraglia figurou uma linguagem à sua maneira ambiciosa, de projetar a inclusão do Athletico entre os maiores da América do Sul. E tornada certa essa inclusão, a conquista dos grandes títulos seria possivel. E não precisou esperar por 2024, o Furacão já está incluído.

Entendo que a frase de Petraglia, sem esse sentido de promessa, deve ser atualizada. Mas para isso, exige um recuo no tempo.

A projeção de Petraglia foi feita em 2014, quando se inaugurou a última Baixada. De lá para cá, já se passaram 8 anos, e as mudanças que ocorreram no futebol sul-americano não foram poucas. O empobrecimento de Boca Juniors, River Plate e São Paulo foi relevante, tornando-os coadjuvantes quando em regra eram favoritos. Mas nenhuma foi tão significativa como o enriquecimento de Palmeiras e Flamengo. Saneando e pagando dívidas, conseguiram que a exploração de suas fontes triplicasse os recursos para contratar e manter os grandes craques, em uma inacreditável concorrência e combate ao assédio europeu. Explica-se, aí, a razão do Flamengo ter ganho duas e o Palmeiras duas das últimas quatro Libertadores.

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Se o poder financeiro é o desequilibrio definitivo para ganhar a Libertadores, então diante desse estado atual, a conquista pelo Athletico se torna um sonho impossível?

É aí que surge a grande questão e que concerne a clubes do nível do Furacão. Um grande time não se faz só com dinheiro, embora esse seja a base. A sua formação exige a execução linear de propostas definitivas no futebol. Mas, para isso, é necessário ter ideias, visão e conhecimento, atributos que formam a capacidade do ser humano. E um pouco de ideal, que ainda continua sendo um elemento para evitar determinados riscos de perda.

O Athletico gastou R$91 milhões em 2022 com Orejuela, Hugo Moura, Cuello, Matheus Felipe, Vitor Bueno, Canobbio, Pablo Siles, Bryan García, Alex Santana, Pablo, Matheus Fernandes, Fernandinho e Vitor Roque. Desses, em um grande time, só jogariam Fernandinho e Vitor Roque. Não há lógica entre gastar R$45 milhões com parte dos direitos de Hugo Moura, Pablo, Cuello, Canobbio e Alex Santana e a pretensão de ser “campeão do mundo”.

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Por esses fatos, para ser campeão da América, não basta só ter dinheiro. O Athletico precisa restabelecer uma lógica entre as suas pretensões. Investir tanto dinheiro e deixar a solução ao acaso, que é o conservadorismo de Felipão, provoca uma frustração muito cara.

Restar saber se há quem tenha a capacidade de comando técnico.

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