2021: um ano de benquerenças. Ou a resposta para: “Mafuz, por que tanta malquerença”?
De vez em quando, os atleticanos apontam para mim vários defeitos, em especial, o da obsessão, por alguma coisa. Agora mesmo, por fazer críticas para esse Athletico que só no tranco está se afastando da zona de rebaixamento. Os comentários dizem que tenho uma ideia fixa contra Mario Celso Petraglia.
Aprendi com Nelson Rodrigues, na crônica “Flor da obsessão”, que o jornalista não pode fazer nenhum mistério dos seus defeitos. Tenho-os e, nunca os neguei. “Só os imbecis não os têm”, lembra o imortal Nelson.
Mas, enganam-se aqueles que associam as minhas críticas à atual conduta temerária, em campo, desse Furacão, ao conflito de opiniões sobre alguns temas limitados ao Athletico. Ao contrário, há fatos amparados pela privacidade que relevam respeito mútuo. O que eu não negocio é a liberdade de opinião, e a intransigência ao direito de enfrentar a regência arbitrária.
Os mesmos “comentaristas” só faltaram autenticar com flores a crítica que fiz a Petraglia quando, pressionado pelas redes sociais, identificou o Athletico como “time de bairro” para depois apontar a torcida atleticana como desprezível.
Entendo que o leitor tem todo o direito de fazer críticas às minhas opiniões, mas, perde a razão, quando as associa às diferenças de posições que o jornalista tem com o mandante rubro-negro. É tão fora de propósito essa presunção, que já respondi mais de dez processos de Petraglia, por fazer críticas diretas, citando fato e nome. Não preciso usar Jadson ou qualquer outro fato ou pessoa para criticar Petraglia.
E afirmo mais: pensam que Petraglia está confortável com a obrigação legal (caso Rony) do Furacão ter que recorrer a Walter, com 100 quilos, e Jadson inativo há um ano? Como eu, o presidente também, deve entender que é um retrocesso para quem sempre vem tendo grandes times e grandes jogadores.
Há lamentos que UmDois mantenha essa coluna. Outro que sou “uma mancha do admirável time de cronistas da Gazeta do Povo”. Não faltam aqueles que sugerem que eu me aposente. Todas são mensagens que me comovem, como a que destaco: “Mafuz, por que tanta malquerença nesse coraçãozinho?”. A sua intenção foi a de exaltar a benquerença que é a base do coração do cronista.
Quando o leitor não adere a opinião do cronista, é sinal de que o cronista vive intensamente a relação com ele. A ausência de debate significa que os dois (leitor e cronista) devem se aposentar.
Chega de malquerenças. Feliz 2021 para todos os leitores e aos “comentaristas” que valorizam a minha coluna.
Volto dia 7 de janeiro de 2021. Com um gol de Jadson, no Nilton Santos, contra o Botafogo, por que não?