Se a diretoria não atrapalhar, sobe


Quando René Simões chegou, escrevi aqui que desconfiava do sucesso do treinador no comando do Coritiba. Também escrevi que o discurso de técnicos como René, carregado de aspectos motivacionais e metáforas, costuma ter validade de no máximo três meses.

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Pois René quase não fechou o terceiro mês para comprovar ou jogar no lixo a minha teoria. Após alguns desmentidos, ele mesmo admitiu que entregou o cargo após o empate contra o Gama, no Couto Pereira. Os maiores detalhes foram dados por João Carlos Vialle.

“Às vezes uma pessoa que não deveria estar em determinado lugar, um pouco alcoolizada e de cabeça quente, exagera. Mas já está tudo resolvido”, explicou o coordenador de futebol, sem citar nomes, mais deixando claro que alguém com alguns goles na cabeça – torcedor, conselheiro, cartola ou amigo de dirigente – teve acesso ao vestiário, onde, em tese, só deveriam estar jogadores e comissão técnica.

Ainda bem que o Coritiba conseguiu convencer René a ficar. A saída do treinador seria trágica para o clube. Mesmo com algumas invenções, ele conseguiu dar um padrão de jogo que o Coxa não tinha desde quando desmontou sua defesa no Brasileiro-2005, além de recuperar a auto estima de time e torcida arranhadas pelas macuglices e bonamiguices dos últimos tempos.

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Pode ser que a partir de setembro, período em que historicamente as coisas costumam desandar no Alto da Glória, o discurso de René realmente perca a validade e o único caminho seja a sua saída. Mas, por enquanto, não consigo imaginar o Coritiba voltando à Primeira Divisão sem o René.

Pena que a diretoria parece estar se empenhando para atrapalhar o time. Primeiro, com a burrice tremenda que foi tentar contratar Amoroso. E agora, protagonizando ou permitindo a discussão que quase custou a saída de René.

Em 2005 e 2006, a cartolagem coxa-branca fez coleção de bobagens que levaram e mantiveram o clube na Segunda Divisão. Neste ano, um gesto bem mais simples e menos trabalhoso dos dirigentes será suficiente para devolver o Coritiba à Série A: não atrapalhar.

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