Quem deve cobrar?

Cobrança muda a postura de um time? Muda. A questão é na verdade de quem deve partir a cobrança. Em geral, ocupa-se dessa ingrata função quem paga os salários ou ocupa importante cargo de gestão. Quando ele parte de terceiros, é pressão.

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Veremos o caso do Coritiba. Certamente Vilson Ribeiro de Andrade cobra diariamente todos os setores do clube, principalmente os mais relacionados ao futebol. O dirigente tem tarimba nesta função, pois foi forjado no cruel mundo coorporativo.

Andrade sabe exatamente o quanto custa um jogador, como o zagueiro Emerson, parado tanto tempo por contusão. Como o jogador acaba sendo uma vítima em um caso desses, foi natural que o dirigente, em tom de cobrança, se voltasse contra o departamento médico, até mesmo para perceber que o procedimento foi normal.

A diferença no futebol é que o chefe também é torcedor — logo representa todas as partes, dispensa os prepostos e criadores de pressão. Não precisa de campanha interna de recursos humanos para “vestir a camisa”. Veja um exemplo: Vilson disse para a Rádio 98 FM que no gol marcado pelo Neymar contra o Coritiba, se ele fosse um dos zagueiros, o jogador pararia no alambrado, mas não faria o golaço.

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Voltando ao objetivo desta coluna, diante disso, a cobrança não faz sentido se ocorrer como no último sábado, em que a diretoria da organizada Império reuniu-se para uma conversa “olho no olho” com a comissão técnica do Coxa. Este tipo de cobrança pode ir da mais pacífica, como foi, até mais exageradas, como em aeroportos ou invasões em CTs. Mas nada disso foi provado que resolva alguma coisa. Quando o time ganhou as partidas consequentes a isso, foi tão casual quanto as outras derrotas e empates que também sucederam-se a fatos como os citados.

É lógico que muitos torcedores — os da organizada, com certeza — não irão concordar. É compreensível. Diante do sentimento de impotência ao ver o time mal, surge a esperança que se possa fazer algo a mais do que pagar o sócio e gritar da arquibancada. Realmente, para quem acredita que “é preciso fazer alguma coisa antes que seja tarde”, dizer que não adianta só serve para arranjar inimigos.

Seja atleticano, coxa-branca ou paranista, só resta contribuir financeiramente e incentivar os 90 minutos, como já foi dito. Sem esquecer de na hora das eleições, para quem tem esse direito, escolher o melhor para o futuro do clube e fiscalizar na sequência. É dessa forma que se faz um clube organizado.

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A palavra torcedor já diz o que ele pode fazer: torcer (e rezar quando for preciso).

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