Petraglia e a CPI

A presença de Mario Celso Petraglia na CPI da Copa foi esclarecedora em alguns momentos, confusa em outros tantos e previsível na maioria do tempo. Mas fiquemos com as novidades.

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O presidente do Atlético disse coisas inéditas — como que o clube vai reembolsar a prefeitura com apenas 1/3 do que receberá em desapropriações (achava-se, até então, que a contrapartida seria integral).

Durante 2h30, aproximadamente, trouxe outro fato dos mais relevantes: tudo que extrapolar o orçamento será bancado pelo Furacão. Com isso, segundo o deputado Fábio Camargo, põe-se fim à CPI.

Não se pode esquecer, no entanto, que já houve um reajuste orçamentário e o poder público precisou estender a mão (a obra custava inicialmente R$ 135 milhões e pulou R$ 184,6 milhões). E o dirigente deu a letra: “Quanto mais demora, mais caro”. Com isso a dedução: haverá novo reajuste.

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Como o atraso é culpa da burocracia, podem esperar uma nova conta de potencial construtivo para o estádio.

A lamentar o uso do ‘atleticanismo’ para explicar algo que foge da esfera clubística. Segundo o dirigente demonstrou nesta terça-feira (20/11), críticas são reações de inveja, “dos verdes”. Uma estratégia bem feita, pois deixa o assunto na esfera do “quem é atleticano está do meu lado” e dissemina a ideia de complô anti-Arena.

Por fim, uma situação patética: claque para Petraglia na CPI. Durante três momentos ele foi aplaudido. A manifestação, segundo relato do repórter André Pugliesi, presente durante todo o encontro na comissão, veio do lado direito da sala de reunião, onde estavam as pessoas que acompanharam o presidente do Atlético na sessão, como conselheiros, diretores e funcionários do clube.

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O saldo final foi positivo. Petraglia deveria ir mais à Assembleia Legislativa para trazer esse boletim público de informações. Todo mundo ganha, especialmente os torcedores do Atlético, apoiadores do projeto, muitos sem saber detalhes do contrato ou do relatório do Tribunal de Contas.

A comunidade — que está envolvida diretamente, seja com aporte público, renúncia fiscal, benefícios de mobilidade urbana ou sonhados ganhos com a Copa — agradece.

Agora, quem sabe, diante dessa exposição salutar, os envolvidos (prefeitura e governo do estado) se mobilizem para acabar com problemas que afligem a obra. Seria um golaço para a clareza.

Transparência é o melhor remédio para desatar nós. Tudo que é verbalizado traz otimismo e confiança.

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