Oeste: Nada de bicho-papão

A verdadeira briga por um lugar ao sol deve ocorrer mesmo no lado Oeste da NBA. Apesar de o Oklahoma City Thunder chegar aos playoffs com status superior ao dos rivais, ninguém espera séries fáceis nesta chave, principalmente nas semifinais. Todos os times têm chances de surpreender – talvez Golden State Warriors e Memphis Grizzlies, mais frágeis, sejam os menos cotados.

continua após a publicidade

“San Antonio [Spurs] e Oklahoma devem decidir. Se tudo der certo, quem sabe o Clippers pode chegar”, afirmou Zé Boquinha, comentarista da ESPN, com ponto de vista levemente diferente de Mestre Tureta. O profissional do canal Space também aponta o favoritismo de Spurs e Thunder, mas tem na ponta da língua outra expectativa de azarão: o Denver Nuggets. “O Denver tem condições de endurecer, de ameaçar. É um time que sempre se impõe em casa”, opinou. “E o Houston Rockets, com a capacidade extraordinária do James Harden, também pede passagem”, complementou.

Em casa, o Denver Nuggets perdeu apenas três vezes, desempenho melhor até do que o do superfavorito Miami Heat, que tem quatro derrotas nas costas. Apesar de ter um elenco forte fisicamente, é um time veloz e extremamente ofensivo – às vezes até meio irresponsável. Ninguém faz mais pontos na NBA: 106,1 por compromisso. Para isso, seis jogadores têm pontuação média de dois dígitos, sendo Ty Lawson o cestinha com 16,7. Em assistências, é o terceiro melhor da liga, com 24,4. Como parte para cima, porém, permite pontuação alta dos adversários, tendo a 23ª melhor defesa, com 101,1 pontos sofridos por partida.

Adversário do Nuggets, o Golden State vive das peripécias de Stephen Curry, o maior cestinha de três pontos de uma mesma temporada da NBA, com 272 acertos nesta edição do torneio. Tem média de 22,9 pontos por partida e cerca de 7 assistências. David Lee, no garrafão, dá uma tremenda ajuda catando 11 rebotes e marcando 18,5 pontos. Terá de beirar á perfeição para liquidar esta série.

continua após a publicidade

Já o Houston Rockets de James Harden, citado por Tureta, tem vida complicada logo de cara. Pior campanha entre os classificados, encara o OKC. Harden comanda o time com 25,9 pontos de média, além de quase 6 assistências. No garrafão, Omer Asik é um monstro, pegando 11 rebotes a cada atuação. Chandler Parsons (15,5 pontos), Carlos Delfino (10,6) e Jeremy Lin 13,4 pontos e 6 assistências) são outras boas peças de um elenco marcado pelos altos e baixos.

Essa inconstância custa caro, principalmente porque do outro lado estará o Thunder. O líder do Oeste na temporada regular prega (e pratica) o equilíbrio entre ataque e defesa. Ofensivamente, é o terceiro melhor, com 105,7 pontos anotados por jogo; defensivamente, tem a nona marca, permitindo 96,5 pontos aos rivais. Parte desse sucesso se explica pela boa atuação nos rebotes, já que agarra 43,6 bolas por confronto. São três os destaques individuais. Kevin Durant marca 28,1 pontos por atuação, além de contribuir com 7,9 rebotes. Russell Westbrook anota 23,1 pontos e oferece 7,4 assistências aos companheiros; Serge Ibaka faz 13,2 pontos, pega 7,7 rebotes e bloqueia 3 investidas por partida.

No confronto entre Los Angeles Clippers e Memphis Grizzlies, a tônica será a defesa. Os dois times são especialistas em barrar os oponentes mais do que agredir – apesar de a franquia de Los Angeles ter a nona média de pontos, com 101,1. Mais leve e ágil, o Clippers é o quarto que menos toma pontos (94,6) e o parrudo Grizzlies o primeiro nesse quesito: 89,3. A habilidosa dupla Chris Paul (16,9 pontos e 9,7 assistências) e Blake Griffin (18 pontos e 8,3 rebotes) comanda o Los Angeles, enquanto os grandalhões Zach Randolph (17,9 pontos e 11 rebotes) e Marc Gasol (19,6 pontos, 7,8 rebotes e 4 assistências) formam o paredão de Memphis.

continua após a publicidade

Nesse duelo, há duas outras peças a se destacar. Jamal Crawford concorre a melhor sexto homem do ano, com 16,9 pontos por jogo para o Clippers. Do outro lado, Rudy Gay, negociado do Toronto Raptors no meio do campeonato, tem sido uma grande arma para o Grizzlies (17,2 pontos).

Outro favorito a decidir o Oeste, o San Antonio Spurs pega o Los Angeles Lakers viúvo de Kobe Bryant – fora por até nove meses por rompimento do Tendão de Aquiles. O time de Los Angeles tem Dwight Howard, Pau Gasol e um Steve Nash fora de suas melhores condições. Deve ser muito pouco para a força do segundo melhor time da chave. O Spurs opta pela troca de bolas cadenciada, por vezes lenta. Tanto é que possui o melhor desempenho em assistências. São 25,1 por jogo. Tony Parker 7,6 e o reserva de luxo Manu Ginóbili (4,6) são os principais garçons.

Os texanos têm ainda a quarta melhor artilharia, obtendo 103 pontos por partida graças especialmente ao genial Tony Parker (20,3) e ao experiente Tim Duncan (17,8). A defesa também não é das piores. Pelo contrário, é a nona mais eficiente, permitindo 96,6 pontos aos oponentes. Ou seja, costuma marcar 6,4 pontos a mais do que sofre, quarto melhor desempenho atrás apenas de OKC (9,2), Miami Heat (7,9) e Los Angeles Clippers (6,5).

Exit mobile version