O Coritiba não pode se encolher contra a Ponte

O Coritiba enfrenta daqui a pouco a Ponte Preta. Repito o que venho escrevendo há algumas semanas: tem obrigação de se classificar, é o time grande, de primeira divisão do confronto.

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René Simões disse esperar da Ponte a mesma pressão imposta pelo Palmeiras. Se é isso que vai acontecer, então que o René trate de fazer o Coritiba ter uma postura diferente.

O Coxa foi sufocado porque aceitou a pressão do Palmeiras e era incapaz de reter a bola nos seus pés. René, qe gosta tanto de fugir do lugar comum, deveria fazer diferente hoje, fugir da cartilha de jogar fora de casa esperando o adversário. Tecnicamente o Coritiba é melhor e cada gol que marcar no Moisés Lucarelli obrigará a Ponte a fazer um a mais no Couto Pereira. Vai para cima, oras.

As armas da Ponte

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O Coritiba terá pela frente um time extremamente marcador. Marco Aurélio Moreira escala a Ponte com uma linha de quatro zagueiros, com Gulherme e Marrom mais abertos; Jean e Gum centralizados. À frente deles há três volantes, Deda, Willian e Bilu. Sete jogadores para defender, todos com a função primordial de diminuir espaços para o meio de campo adversário.

A saída é óbvia. Abrir o jogo para Márcio Gabriel e Marcos Aurélio na direita; Marcelinho e Carlinhos Paraíba na esquerda. Ariel fica centralizado, com a função de fazer a parede para a entrada rápida dos meias.

Congestionar o meio foi uma alternativa encontrada por Marco Aurélio à ausência de Fabiano Gadelha, experiente armador da Macaca, machucado. Ainda assim, os pontepretanos têm jogadores que sabem o que fazer com a bola no pé.

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André é o jogador da armação, conduz bem a bola, tem um chute poderoso com o pé direito. Márcio Mixirica, experiente, é quem irá prender a bola no ataque. E Danilo Neco é o cara atrás de quem a zaga do Coritiba irá correr. Rápido e oportunista, é o artilheiro do time, mas também sabe preparar jogadas. O segundo gol da Ponte contra o ABC, sexta-feira, saiu de uma jogada individual dele concluída por Danilo Luís.

O Coritiba também precisa tomar cuidado com a bola alta da Macaca. Os quatro zagueiros são ótimos cabeceadores. Bilu costuma bater faltas e escanteios no primeiro pau para a entrada de um deles.

Outra arma começa no banco, é Tinga. Com apenas 18 anos, o meia aniquilou o Coxa na Copa São Paulo. Forte fisicamente, dribla e lança com desenvoltura. Difícil tirar a bola do pé dele.

Sad, bad true
Coritiba e Atlético disputam Bruno Batata, atacante do J. Malucelli. Ele merece. Fez gol contra todos os grandes no Campeonato Paranaense, está bem melhor tecnicamente do que quando despontou no Alto da Glória. Além disso, é ótimo ver os destaques do Estadual vindo para os nossos times e não para o Corinthians, caso do Jucilei.

Pena que a procura por Bruno Batata não seja uma convicção, mas sim uma conveniência. Ele é o reforço que cabe no bolso dos nossos clubes. Ou, melhor dizendo, é o reforço que cabe no bolso da dupla e quer vir jogar aqui.

Vejam o Molina, por exemplo. Estava encostado no Santos, mas preferiu ficar lá a vir para o Coritiba. Domingo meteu até gol contra o Grêmio para reafirmar sua intenção.

É provável que Josiel e Roni prefiram o mesmo. Continuar no banco do Flamengo e do Santos, entrando esporadicamente, talvez valha mais do que ser titular no Atlético.

A vitrine lá é melhor. A nossa, hoje em dia, serve apenas para jogadores em início de carreira ganharem quilometragem antes de ir paras o eixão ou o eixinho – ou até para o exterior. Sad, but true.

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