Mundos e fundos

Moisés, volante, é o primeiro fruto da entrada do fundo de investimentos do BMG no Coritiba. O banco foi lá no América-MG, a quem patrocina, comprou 80% dos direitos econômicos e colocou o jogador no Coritiba. Depois dele virão mais alguns. Espera-se, todos de boa qualidade.

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Não sei vocês, mas não gosto dessa história de fundo de investimentos agindo no futebol. Nem me convenço tão fácil de que esse é o único caminho no futebol atual e temos de nos conformar com isso.

Talvez porque eu ache que a Lei Pelé, a quem muitos atribuem a culpa por empurrar os clubes para o colo dos investidores, não seja esse monstro todo que pintam. Se os jogadores passaram de mercadoria de clube a mercadoria de empresário foi porque os clubes não são profissionais o suficiente para gerir carreiras de atletas e fazer dinheiro, e porque os jogadores acharam mais cômodo encontrar um outro senhor de engenho a decidir o seu próprio futuro.

Investidores trabalham em um ritmo diferente do ritmo do futebol. Não fazem distinção entre investimento em gado ou jogador. Querem recuperar o dinheiro injetado o quanto antes. E o quanto antes é na primeira janela que se abrir para a Europa, não importando se o clube está no meio da temporada ou à beira de uma decisão.

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O exemplo do Palmeiras com a Traffic é emblemático. Henrique passou lá seis meses e foi para a Europa. Keirrison seguiu o mesmo rumo, mas com um agravante: sua cabeça transferiu-se antes.

É a esse cenário que o Coxa está se sujeitando ao associar-se a um fundo de investimentos. A transformar-se em um entreposto comercial e ainda perder fatias das suas revelações.

Cabe à diretoria fechar um acordo que diminua esses riscos.

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