Se a maioria dos londrinenses não se preocupa, porque eu me daria o trabalho de fazê-lo? Aliás, numa rápida análise seria bem mais fácil eu dar de ombros para o que têm acontecido com o futebol de Londrina se eu levasse em consideração o pouco ou quase nenhum interesse dos moradores daquela cidade que pelo nosso futebol. Mas não dá, não consigo.
Não consigo deixar de sofrer com o fracasso do futebol da segunda maior cidade paranaense (uma das 5 maiores do sul do Brasil). De um potencial imensurável, o futebol londrinense é pífio. Vergonhoso. Afunda graças ao amadorismo de dirigentes incompetentes e heranças malditas.
Enquanto faz vexame nos campeonatos nos quais disputa (acabou de perder qualquer chance de voltar à elite do futebol paranaense ao fracassar na Divisão de Acesso) vê seu patrimônio sendo destruído. O patrimônio físico é leiloado para a quitação de dívidas. O patrimônio moral (a torcida), que é o maior de todos, já tem vergonha de vestir a camisa alviceleste do Tubarão pelas ruas da cidade. Sem rumo e sem comando. Nas mãos de um interventor, não de um presidente.
O Londrina vai ficar mais um ano na segunda divisão. Não consguiu sucesso nem contra equipes semi-amadoras. Equipes de empresários. Por um lado é até bom. Voltar para a elite agora poderia mascarar os problemas sem fim que fazem parte do dia a dia da equipe. Mais um ano no ostracismo da Divisão de Acesso talvez faça com que o Tubarão seja acolhido por alguém sério e disposto a devolver este patrimônio chamado Londrina Esporte Clube para os braços do povo.
Hoje, me parece que o Londrina precisar morrer para viver. Renascer grande. Tem tudo para isso. Basta querer. Basta que alguém com o mínimo de visão administrativa e de raízes no esporte resolva arregaçar as mangas e trabalhar para levar o Tubarão para o lugar de merecido destaque que já ocupou em passado glorioso.
Espero ainda viver para ver o Londrina ser forte. Forte o bastante para levantar a bandeira do futebol paranaense no interior. O nosso futebol não avança para além dos campos gerais porque o times da capital não são grandes o bastante, mas sim porque os do interior nunca foram conduzidos como merecem. E isso tudo se aplica para a cidade do Londrina, Cascavel, Guarapuava, Maringá e Ponta Grossa.
Arquibancadas vazias… reflexo do que o Londrina mostra em campo