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Alguém como Bruno merece uma nova chance no futebol? Você torceria por ele?

Por
Rodrigo Fernandes
10/03/2017 17:31 - Atualizado: 27/09/2023 20:02
FBL-BRAZIL-BOA ESPORTE-BRUNO

FBL-BRAZIL-BOA ESPORTE-BRUNO Bruno evitou perguntas sobre questões criminais durante coletiva para assinatura de contrato com o Boa.

O goleiro Bruno, ex-Flamengo, fechou um contrato de dois anos com o Boa Esporte, de Varginha, Minas Gerais. O jogador, que deixou a prisão há duas semanas, anunciou o acerto nesta sexta-feira (10), com a camisa da agremiação mineira que vai jogar a Série B. Na terça (14) falou como reforço da agremiação (veja vídeo).

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FBL-BRAZIL-BOA ESPORTE-BRUNO Bruno durante apresentação como jogador do Boa.

Aos 32 anos, ele está em liberdade graças a um habeas corpus do Supremo Tribunal Federal, proferido pelo ministro Marco Aurélio Mello. Ele é considerado culpado pelo homicídio, sequestro e cárcere privado da modelo e ex-namorada Eliza Samudio. Foi condenado em primeira instância a 22 (vinte e dois) anos e 3 (três) meses de reclusão. Ficou menos de 1/3 da pena em detenção.

Todo criminoso merece retomar uma vida em sociedade, mas a profissão de Bruno é inconciliável com o ato tenebroso que ele está envolvido. Não parece razoável que ele vai ser aplaudido, tornar-se ídolo, encher de orgulho os fãs do pequeno time do interior de Minas. Ao contrário. Causará repúdio.

Bruno será perseguido em todos os estádios que jogar. Será vaiado, hostilizado, talvez até precise de reforço policial para algumas inserções pelos campos da Segundona. Virou a imagem clássica do machão covarde, cruel.

Sua inclusão no meio do futebol se torna uma desonra para os boleiros. Muito provavelmente o Boa terá dificuldades para trazer jogadores a partir de agora, justamente pelo incômodo que tal figura vai provocar no meio esportivo. Inclusive, enfrenta a debandada geral dos patrocinadores.

Quem o contratou não pode estar pensando em resultado técnico, pois Bruno não joga regularmente desde a sua prisão há seis anos e sete meses. Na verdade existe uma possibilidade lógica: chamar a atenção. Mais um agravante para esse erro.

O goleiro, claro, tem direito a ser ressocializado. E viver sua presunção de inocência (até o julgamento final) em paz. Assim como a sociedade está correta em não aceitá-lo mais como uma pessoa pública, um atleta. Poderia ser um preparador de goleiros, por exemplo, deixando holofotes.

Alguém consegue imaginar um ser humano com a história de Bruno no seu clube amado? Difícil. Mesmo em campo adversário, como será na Série B, a partir de maio, ele é figura inconveniente. Jamais irá passar a imagem de alguém recuperado ou em recuperação.

A morte de Eliza Samudio é o retrato da covardia mais cruel, inaceitável. Bruno nunca pediu perdão, desculpas à família. Não passa a imagem de arrependimento.

Mais de 30 mil pessoas assinaram uma petição, lançada pela organização Somos Todos Vítimas Unidas, para que ele não volte a jogar futebol profissionalmente – exatamente pregando que ele não pode ser mais admirado como boleiro. Faz sentido.

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