Forças distintas

Dois times de perfis diferentes conseguiram na noite desta quarta-feira a classificação para a decisão de suas conferências nos playoffs da NBA. O Miami Heat, atual campeão da liga norte-americana de basquete, já tinha um poderio ofensivo interessante com LeBron James, Chris Bosh e Dwyane Wade; nesta temporada, tem equilibrado essa agressividade com uma boa postura defensiva. Mesmo assim, depende de seu trio para ter sucesso, especialmente da genialidade de LeBron, considerado o melhor jogador da fase classificatória.

continua após a publicidade

O Heat alcançou a decisão do Leste pelo terceiro ano consecutivo ao despachar o Chicago Bulls por 4 a 1. A partida final, nesta quarta-feira, terminou 94 a 91. Foi apertado porque os Touros não aceitaram o domínio rival passivamente. Lutaram bravamente, mesmo com vários desfalques, o principal deles Derrick Rose, que não entrou em quadra neste campeonato. Faltaram opções de banco para ajudar a fazer frente aos superfavoritos do torneio. O cestinha foi Carlos Boozer, com 26 pontos – ainda abocanhou 14 rebotes. Do outro lado, LeBron marcou 23, pegou 7 rebotes e fez 8 assistências.

As estatísticas do Miami dizem tudo. São 98,6 pontos por partida nos playoffs – em média, 13,9 a mais do que sofre em cada jogo (84,7). Ninguém concede menos pontos aos adversários do que eles. A franquia da Flórida tem ainda a melhor pontaria da fase final: 49,1% de aproveitamento – o segundo melhor é o Golden State Warriors, com 46,9%. Por outro lado, a marcação do Heat tem dificultado a vida dos concorrentes. Seus rivais têm obtido em média 40,9% de precisão nos arremessos, melhor rendimento entre todos os 16 que chegaram à pós-temporada. Equilíbrio e craques, essa é a fórmula para o bicampeonato.

Distante do American Airlines Arena, outro time carimbou a passagem para a final da Conferência Oeste, o Memphis Grizzlies. Para fechar a série melhor de sete jogos em 4 a 1, venceu por 88 a 84 o Oklahoma City Thunder, fora de casa. Seria uma zebra do tamanho de um dinossauro se não fosse uma mudança de cenário ocorrida no início dos playoffs. Um dos astros do time, Russell Westbrook, se lesionou na série anterior, contra o Houston Rockets, quando o placar ainda era 2 a 0. Desconfio até que se a contusão tivesse ocorrido antes, quem estaria jogando contra o Memphis na semifinal seria o Rockets do barbudo James Harden.

continua após a publicidade

Seja como for, sem Westbrook o caminho de OKC encurtou. Não havia ninguém nem perto da qualidade dele para ajudar Kevin Durant, o ídolo-mor da trupe. Talvez fosse possível galgar mais um degrau, mesmo assim, aos trancos e barrancos, se pela frente não surgisse o Memphis Grizzlies.

Os Ursos-Pardos estão impressionantes. Eles têm três jogadores fortes fisicamente que também sabem arremessar com qualidade – Zach Randolph, Marc Gasol e Tony Allen (este não se destaca tanto no ataque). Contam ainda com o ágil armador Mike Conley Jr., que ajuda a dar um pouco de velocidade a uma equipe pesada e que gosta de atuar no garrafão do adversário. Esse vigor físico temperado com mãos bem treinadas para os arremessos de curta e média distância deram ao Grizzlies sua primeira final de conferência na história.

O Memphis permite apenas 92,4 pontos aos rivais nos playoffs, a quinta melhor marca. É ainda o terceiro time com a melhor relação pontos marcados/pontos sofridos dessa pós-temporada, somando em média 4,8 pontos a mais do que os adversários.

continua após a publicidade

Os outros
O adversário do Miami Heat na final do Leste deve ser o Indiana Pacers. Nesta quinta-feira, o time vai a Nova York precisando de uma vitória para fechar a série em 4 a 1. Mesmo que perca hoje, o Pacers confirma a classificação no duelo seguinte, em casa. O estilo de jogo da equipe, baseado na marcação forte e no vigor físico, encaixa bem com o perfil do Knicks. Só um milagre salva Carmelo Anthony e seus companheiros.

Na outra série, do Oeste, o San Antonio Spurs precisa vencer o Golden State Warriors para selar o duelo em 4 a 2. Vai enfrentar uma baita pressão na casa do rival, mas só não leva a vaga neste confronto se Stephen Curry voltar a liderar os Guerreiros em quadra. O Spurs tem aproveitado melhor seu elenco. É evidente que o embate é mais equilibrado do que o do Leste.

Exit mobile version