Coritiba volta à Série B de joelhos

6 de dezembro de 2009 já está marcado como o pior dia da história do Coritiba. Não há derrota, título perdido ou rebaixamento sofrido que se compare àquilo que seu viu hoje no Couto Pereira. O dia em que o clube mostrou-se sem controle, sem rumo e, pior, talvez sem um futuro próximo.

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A origem da balbúrdia está no caos administrativo que tomou conta do clube nesse ano. Cirino e sua turma demonstraram total falta de capacidade de lidar com pressão e crise. As decisões foram sempre tardias, equivocadas ou populistas. Quando não foram as três coisas ao mesmo tempo. Caso da troca de Ivo Worttmann por René Simões. Ou da inútil redução do preço do ingresso para o jogo com o Flu, partida que teria casa cheia de qualquer maneira.

O Coritiba passou o ano jogando para a torcida, jogando nas costas dela a responsabilidade de fazer o time vencer, em uma estratégia canalha de fuga da responsabilidade. Alguma hora o caldo ia entornar. Entornou na pior hora.

A isso também se junta o espaço excessivo que o clube deu à sua principal organizada. Hoje, era difícil encontrar dentro do gramado que não estivesse com a camisa de algum comando da Império. Osvaldo Dietrichm ex-presidente da facção e funcionário do clube, é claramente visto agredindo pessoas dentro de campo. Se isso não é motivo para justa-causa, não sei mais o que é.

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E se a confusão toda não é motivo para varrer as organizadas dos nossos estádios e enquadrar judicialmente seus dirigentes, não sei mais o que precisa. Poderíamos ter tido mortes em rede nacional. Será que agora o Ministério Público, a Sesp e a polícia vão deixar de discurso vazio e tomar alguma atitude?

Em meio a isso tudo, ficam o Coritiba e seu torcedor comum, reféns de dirigentes incompetentes e quadrilhas disfarçadas de torcida.

O Coritiba volta para a Série B de joelhos. O Couto Pereira ficará bom tempo interditado e precisará de reformas para ser reaberto. Assim, a força em casa vai para o espaço. Dinheiro, que já faltou nesse ano, será mais escasso.

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A verba de tevê cai pela metade. A verba de patrocínio do BMG foi pega de adianto para saldar dívidas. O banco, aliás, já fez graúdo empréstimo ao Coritiba, uma hora cobra.

Por ora, não há nem de quem cobrar. Fora de circulação para proteger a própria vida, Jair Cirino dificilmente seguirá na presidência. Aliás, difícil ver alguém hoje com colhão para pegar o Coritiba. Periga faltar chapa para a eleição de segunda-feira que vem, criarem uma comissão provisória, sei lá.

E será assim, sem dinheiro, sem mando de campo e sem comando, que o Coritiba tentará canalizar a tristeza desse dia 6 em mais um renascimento – e não deixar que ele se transforme no dia em que o Coritiba começou a morrer.

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