Audiência da CPI da Copa não acrescentou nada

Não acrescentou absolutamente nada a audiência da CPI das obras da Copa na Assembleia Legislativa do Paraná nesta terça-feira (13), para ouvir o ex-vice-presidente do Conselho Deliberativo do Atlético, José Cid Campêlo Filho, que denunciou favorecimento a parentes do presidente do clube, Mario Celso Petraglia, nas obras de reforma da Arena da Baixada para o Mundial de 2014, bancadas com 2/3 de dinheiro público. Pelo menos para quem vem acompanhando as reportagens da Gazeta do Povo sobre o assunto.

continua após a publicidade

Aliás, quanto mais se conhece sobre determinado tema, mais fica flagrante o despreparo de parlamentares que tomam parte em comissões específicas. Os deputados estaduais preferiram fazer perguntas básicas a Campêlo e entre eles próprios do que se aprofundar na discussão sobre o gerenciamento dos recursos públicos aplicados no projeto.

Por exemplo: “É só o potencial construtivo de dinheiro público ou tem mais alguma coisa?”, questionou Ademir Bier (PMDB) – que compôs a mesa ao lado de Gilberto Ribeiro (PSB) e Ney Leprevost (PSD). A sessão foi comandada pelo presidente da CPI, Fabio Camargo (PTB), que teve a seu lado o relator Jonas Guimarães (PMDB).

Uma pergunta estranhíssima. Primeiro porque a engenharia financeira para reforma da Arena está definida há mais de dois anos e a forma encontrada para driblar a legislação, que proíbe o aporte direto de recursos governamentais em propriedades privadas, foi justamente o uso do potencial construtivo. Só ele.

continua após a publicidade

Mas não é bem “só ele”. Devem ser nada menos do que R$ 123 milhões – de acordo com o orçamento atualizado de R$ 184,6 milhões – em créditos do potencial construtivo (crédito virtual concedido pelo poder público municipal para se construir imóveis de tamanho acima do estabelecido pela legislação).

De concreto mesmo, apenas o convite a Petraglia para que compareça à CPI na próxima terça-feira prestar esclarecimentos. Mas é bom os deputados fazerem a lição de casa, lerem tudo o que foi publicado sobre o assunto e analisarem – com o apoio de suas assessorias jurídicas – os documentos relativos ao projeto. Somente desta forma poderão questionar de verdade o responsável pela obra na Arena. De outra forma, serão engolidos por ele.

continua após a publicidade
Exit mobile version