Atletiba chinfrim

Rodolfo Bührer/Gazeta do Povo
Lance capital: com Vinícius batido, Rhodolfo se estica e, com o bico da chuteira direita, evita o gol alviverde no clássico

O Atletiba de hoje foi tão chinfrim que nem deu aquela tensão de clássico, a expectativa de ver a qualquer momento o jogo ser decisivo. No duro mesmo, uma chance para cada lado. O chute de Marcelinho salvo magistralmente por Rhodolfo, um dos melhores em campo, e o tapinha de Vanderlei que tirou a bola da cabeça de Rafael Moura. E foi só.

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O clássico foi marcado pelo medo dos dois lados de perder e ir para a parte baixa da gangorra. René foi o primeiro a se prevenir do pior.

A escalação do Coritiba foi claramente defensiva. Com Rodrigo Heffner, conteria Márcio Azevedo. Douglas Silva ficaria incumbido de conter Wallyson. A Jaílton, Pedro Ken e Leandro Donizete caberia vigiar Marcinho e Paulo Baier. Assumiu um risco tremendo ao escalar Dirceu na zaga, aposta que, no fim, acabou dando muito certo.

Assim, o Coxa chamou o Atlético para cima, deu ao Furacão a chance de ganhar o jogo. Faltou qualidade aos insones Marcinho e Paulo Baier, mas também mobilidade e iniciativa a Rafael Moura, de quem o estoque de gols está totalmente vazio.

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Como o Atlético não aproveitou a chance que o rival lhe deu de vencer, o Coritiba decidiu atacar no segundo tempo. Viu que poderia vencer o jogo. Na prática, fez pouco para merecer. Marcelinho Paraíba foi o único que criou algo digno de justificar uma vitória. Ainda assim, seus pés estavam pouco calibrados. O resto do time verde, com todo o respeito, brigou com a bola.

O Atlético reclamou, em menor ou maior grau, de três pênaltis. Uma olhada só no replay mostra que Dirceu (1º tempo) e Douglas Silva (2º tempo) tiraram a bola com o peito.

E tem o lance do Paulo Baier, um pouco mais polêmico, mas, na minha opinião, limpo. Démerson está de costas, esbarra a bunda nas costas do Paulo Baier. Não foi nada, embora saiba que muita gente ache que foi. Respeito, mas discordo.

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Bombas

Wílson Seneme disse por telefone ao jornalista Napoleão de Almeida, que prestou serviço à Gazeta neste domingo, que relatou na súmula a troca de bombas na arquibancada da Arena.

Imagino que os gênios que arremessaram essas bombas devam estar contando vantagem na rua, dizendo que “atacaram bomba nos alemão”. Que saibam, então, que são os responsáveis pela provável punição que Atlético e Coritiba receberão pelo ato cretino dessa horda.

Times pouco confiáveis quando saem de seus estádios, perder mando de campo era a última coisa de que Coritiba e Atlético precisavam.

E a polícia?

Se existe revista na entrada dos estádios, por que diabos entra tanta bomba em estádio? Que tipo de revista a polícia tem feito? Pelo jeito, é um tapinha nas costas e tenha um bom jogo. Impossível não detectar a turma entrando com bombas prontas, ou com pólvora e bola de gude, a matéria prima da bomba caseira.

Alex é do Atlético

Acabou a novela Alex Mineiro e com um final feliz. O camisa 9 está de volta à Baixada. Ganha o Atlético, que além de resgatar seu ídolo ainda poderá escantear de vez o Rafael Moura. Ganha o futebol paranaense, mais fortalecido por ter de volta um dos grandes ídolos da sua história recente.

Duro vai ser aguentar a montoeira de pai da criança que vai aparecer agora que o negócio foi fechado. Gente dizendo que informou antes, que já sabia, que tinha certeza.

Eu e esta Gazeta, felizmente, não faremos isso. Principalmente porque o filho não é nosso. O primeiro cara que ouvi falar a sério disso foi o Jairo Silva, na Transamérica, lá em Porto Alegre, no Grêmio x Atlético.

Era quem eu estava ouvindo, então nada impede que o Osmar Antônio tenha falado cinco minutos antes na Banda B. Ou que o Boluca tenha escrito três dias antes e ninguém deu muita bola porque, oras, era o Boluca!

Em maior ou menor grau, pelo menos um veículo de comunicação de pelo menos uma notícia precipitada nessa história. Certamente um marco na nossa imprensa, desacostumada a negociações conduzidas de forma tão aberta.

Nada que nos desabone. Afinal, paulistas, cariocas e gaúchos, bem mais afeitos a negócios abertos, fazem barbeiragens maiores. É a nova realidade de um mundo em que, com celular, blog, twitter e o escambau, qualquer um pode bancar o jornalista.

Nessa realidade, o furo torna-se cada vez mais raro, mero fetiche, coisa que jornalista e uma meia dúzia de leitor nota. O resto, quer é saber do fato. E o fato é a volta de Alex Mineiro. Que ele seja mais uma vez feliz na Baixada.

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