Athletico encara sexta Libertadores; recorde 6 jogos, 6 heróis e 6 vilões
O Athletico e a Libertadores… O Furacão começa nesta terça (5/3) mais uma participação na fase de grupos do torneio. Será a sexta do clube, o representante paranaense com mais carimbos sul-americanos no passaporte. E uma viagem por ele torna-se um belo aperitivo para mais uma campanha do El Paranaense.
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6 jogos inesquecíveis
Alianza Lima 0 x 3 Athletico (2000)
Estreante na Libertadores, jogando fora de casa contra um frequentador assíduo do torneio, todos esperavam que o Athletico tremesse em Lima. O que se viu foi o contrário. O Furacão entrou no mais encardido interclubes do mundo com o pé na porta. Fez 3 a 0 no Alianza, abrindo caminho para uma campanha quase perfeita na primeira fase.
Bolívar 5 x 5 Athletico (2002)
A Libertadores de 2002 só começou a ser transmitida para o Brasil no mata-mata, o que relegou as primeiras fases do torneio ao rádio e aos jornais. Fui um dos poucos jornalistas brasileiros presentes no Hernando Silles e posso dizer sem medo de errar: raras vezes um time foi tão avassalador como o Athletico do primeiro tempo em La Paz. Com toques rápidos e envolventes, o Furacão fez 5 a 1 no Bolívar. Na segunda etapa, a altitude de 3.600 metros e as expulsões de Ilan e Adriano minaram o time de Geninho. Nos 15 minutos finais, o Bolívar encurralou o Athletico na sua área, foi buscar o empate e, com um pouquinho mais de tempo, teria virado.
O duelo Athletico x Santos (2005)
A mais emocionante e marcante batalha da campanha de 2005. Na Arena, contra o Santos campeão brasileiro, de Robinho, Ricardinho e Deivid, o Athletico esteve atrás no placar, perdeu Alan Bahia expulso ainda no primeiro tempo e foi buscar uma virada épica. Após uma primeira etapa empatada por 2 a 2, Lima decidiu aos 25 do segundo tempo. No jogo de volta, na Vila Belmiro, um Athletico perfeito no contra-ataque venceu novamente: 2 a 0, dois gols de Aloísio.
Athletico 3 x 0 Chivas (2005)
Se a marca dos dois jogos com o Santos foi a emoção, a da primeira partida contra o Chivas foi a perfeição. Em sua melhor exibição no torneio, o Furacão venceu por 3 a 0, na Arena, e encaminhou a inédita passagem à final, carimbada dias depois com um empate em Guadalajara.
Athletico (5) 2 x 1 (4) Sporting Cristal (2013)
Aos 47/2º, Éderson converteu pênalti e ressuscitou o time. Nas penalidades, por duas vezes o gol classificaria os peruanos. O impossível se mostrou possível e o Furacão papou a vaga para a fase de grupos do torneio.
Universidad Católica 2 x 3 Athletico (2017)
Os chilenos abriram o placar com Santiago Silva, aos 35 minutos do primeiro tempo. Na segunda etapa, Eduardo da Silva empatou, aos 30. Aos 37, Douglas Coutinho virou, mas, logo aos 39, Noir empatou para os donos da casa, tornando o confronto altamente tenso.O empate, naquele momento, eliminava o Furacão. Dois minutos depois, entretanto, o meia Carlos Alberto anotou, com categoria, o gol que garantiu não apenas o triunfo do time comandado por Paulo Autuori, como também a passagem de fase, para delírio dos mais de cem atleticanos que compareceram ao duelo no Chile e calaram a torcida da casa após o apito final.
6 heróis
Luisinho Netto
Maior artilheiro do Athletico na Libertadores ao lado de Lima, com seis gols, Luisinho Netto teve papel preponderante na campanha de 2000. Foi ele quem abriu o caminho para as duas vitórias sobre o Alianza e selou o triunfo contra o Nacional, na primeira fase. Também foi dele o gol que por uma hora manteve o Athletico nas quartas de final. Em 2002, fez os dois gols da vitória sobre o Olmedo, na Arena, que mantiveram o clube com chance de classificação.
Devaca
Se o Athletico tivesse sido campeão em 2005, seria justo mandar uma faixa para José Devaca. O zagueiro que havia tirado o Brasil da Olimpíada de Atenas, em 2004, pôs o Athletico no mata-mata da Libertadores em 2005. Com um gol dele, o eliminado Libertad derrotou o América de Cali, na Colômbia, por 1 a 0. O resultado salvou o Furacão, que ia ficando fora ao levar inacreditáveis 4 a 0 do Independiente de Medellín, dentro da Arena.
Weverton
Em partida emocionante, o Athletico venceu nos pênaltis o Sporting Cristal e se garantiu na fase de grupos da Libertadores-2013. Em dramática decisão por pênaltis, o goleiro defendeu uma cobrança, das três desperdiçadas pelos peruanos.
Aloísio
Apesar de heroica, a vitória por 3 a 2 sobre o Santos, na Arena, soava apertada demais para o Athletico. Uma derrota por 1 a 0 na Vila Belmiro bastaria para eliminar o Rubro-Negro. Aloísio mostrou que a vantagem era mais que suficiente. Com dois gols do Chulapa, o Furacão venceu na Baixada Santista e chegou à semifinal. Na fase seguinte, ele ainda marcaria o primeiro no 3 a 0 sobre o Chivas.
Lima
Em números absolutos, Lima divide a artilharia rubro-negra da Libertadores com Luisinho Netto. Mas o Falso Lento concentrou sua munição em uma edição só. Todos gols fundamentais: o da vitória sobre o América de Cali; o que abriu o placar com o Cerro na Arena; o que levou o duelo com o Cerro em Assunção para os pênaltis; o da vitória sobre o Santos na Arena; os dois em Guadalajara, que puseram o Furacão na final.
Carlos Alberto
Aos 41 da etapa final contra o Universidad do Chile, em Santiago, o jogo estava 2 a 2 e o Athletico eliminado. Foi então que brilhou a estrela do meia Carlos Alberto. Ele anotou, com categoria, o gol que garantiu não apenas o triunfo do time comandado por Paulo Autuori, como também a passagem de fase, além da queda do todo-poderoso Flamengo.
6 vilões
Adriano Gabiru
O ídolo rubro-negro ficou marcado pela eliminação em 2000, ao chutar nas nuvens o único pênalti não convertido na disputa com o Atlético Mineiro, nas oitavas de final.
Altitude
O grande fantasma dos clubes brasileiros na Libertadores derrubou o Furacão em 2002. Contra o Olmedo, o clube dividiu o elenco em dois bimotores para subir de Guayaquil e Riobamba. Alguns jogadores desembarcaram apavorados na base aérea da cidade equatoriana. Contra o Bolívar, a exaustão física que transformou um mágico 5 a 1 em quase trágico 5 a 5 foi definida com exatidão por Dagoberto: “Eu me sentia como se estivesse correndo com o Bolinha nas costas”.
Planejamento
Em 2014, o Athletico abusou da sorte. Contratou um técnico desconhecido (Miguel Angel Portugal), investiu na recuperação de Adriano Imperador e desmontou a base que se destacou no Brasileiro e Copa do Brasil do ano anterior. Com isso, caiu na fase de grupos, sem esboçar força.
Nicolás Leoz
Nunca o presidente da Conmebol foi tão legalista como na final de 2005. Leoz exigiu que fosse cumprida a exigência do regulamento de estádio com no mínimo 40 mil lugares para a decisão. Sem poder usar a Arena, o Athletico viu a já difícil missão de bater o poderoso São Paulo tornar-se quase impossível.
Fabrício
O placar marcava 1 a 0 para o São Paulo, no Morumbi, quando no final do primeiro tempo o Athletico teve um pênalti a seu favor. Fabrício correu e bateu… no pé da trave. O erro desarmou o Furacão e deixou o jogo propício para a goleada são-paulina.
Liga Mundial de Vôlei
Com direito a uma falha determinante de Weverton, o Athletico perdeu de virada para o Santos por 3 a 2, na Vila Capanema. O confronto foi marcado por momentos de revolta da torcida do Furacão com a diretoria, o técnico Eduardo Baptista e alguns atletas. Os atleticanos voltaram a protestar contra o aluguel da Baixada para a Liga Mundial de Vôlei, motivo de o jogo ser na casa do Paraná, chegaram a pedir a saída de Baptista após o terceiro gol do Peixe e ainda se “desesperaram” quando Grafite foi chamado para entrar no jogo, aos 17 da segunda etapa, pedindo para o veterano permanecer na reserva mesmo com o time atrás no marcador. No jogo de volta, a derrota por 1 x 0, em Santos, selou o fim da participação rubro-negra no torneio.