A distância, corintianos do estado festejam centenário

Publicada na edição de quarta-feira (1º) uma reportagem de Marcos Xavier Vicente e Marcus Ayres, este último da Gazeta Maringá, uma reportagem falando sobre a vida dos corintianos no Paraná:

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A distância, corintianos do estado festejam centenário

Dono da maior torcida do Paraná, clube paulista é quase uma tese sociológica da influência paulista na região

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Membros da Fiel Maringá, na cidade da Região Noroeste do estado, comprovam que o clube paulistano goza da simpatia dos paranaenses

Não faltará comemoração hoje em todo o Paraná no aniversário de 100 anos do Corinthians. Afinal, conforme comprovou um levantamento da Paraná Pesquisas em 2008, o Alvinegro paulista conta com mais seguidores no estado do que as equipes locais. O time do Parque São Jorge abocanha 12,5% dos aficcionados por futebol no Paraná.

Para estudiosos, a conjunção de dois fatores faz com que o Timão seja o mais popular no território alheio: a influência da colonização paulista no Norte paranaense e, principalmente, a baixa evidência dos clubes regionais no cenário nacional.

O sociólogo Gilson Aguiar, professor do Centro Universitário Maringá (Cesumar), explica que a presença paulista no Norte foi determinante para que as gerações atuais mantivessem simpatia pelo Corinthians.

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“O desenvolvimento econômico desta região está muito ligado a São Paulo. Além disso, nossas cidades receberam de São Paulo lideranças políticas e religiosas, empresas, elementos culturais. Nesse reboque, também vieram os times de futebol”, aponta.

Alheios à discussão, os corintianos do Paraná já estão prontos para a comemoração do ano 100. Quem não pôde ir pessoalmente à festa oficial em São Paulo, on­­tem à noite, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva – como os 23 torcedores que partiram de van de Curitiba no início da tarde –, vai comemorar a data expressiva em uma das subsedes da Gaviões da Fiel no estado.

Em Maringá, o congraçamento será em frente ao Estádio Wil­­lie Davids, a partir das 20 horas, com direito a foguetório e hasteamento da bandeira corintiana. “Vamos dar parabéns para o Co­rin­­gão, cantando o hino e as músicas relacionadas ao time”, afirma o vice-presidente da Fiel Maringá, Carlos Henrique Cor­­reia da Silva, 27 anos.

Na capital, a torcida se reuniu ontem na casa de um dos integrantes da Fiel Curitiba, no bairro Boa Vista, onde os alvinegros locais costumam se encontrar para ver os jogos. Na programação, além de churrasco, foguetório à meia-noite, com 1.250 tiros, e carreata até o Batel. “O Corin­thians é tão importante para mim quanto minha própria família”, resume a paixão pelo Timão o empresário Gabriel Mar­­ton, 28 anos, membro do conselho da Fiel Curitiba.

Conforme o historiador Luiz Carlos Ribeiro, professor da Uni­­ver­­sidade Federal do Paraná (UFPR), onde coordena o Núcleo de Estudos de Futebol e Socie­­da­­de, a influência da colonização paulista é decisiva para essa vertente. Mas ele acredita que a conquista de poucos títulos de ex­­pressão das agremiações locais seja mais impactante. “Os clubes daqui estão perdendo mí­­dia, o que não só dificulta a ma­­nu­­tenção dos torcedores, como torna ainda mais difícil a captação de novos seguidores. Crianças e adolescentes querem torcer para times vencedores ou que es­­tão constantemente na mídia”, argumenta Ribeiro.

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A questão que fica é: o que faz com que o Corinthians, segundo pesquisa de 2008, tenha a maior torcida no Paraná, em detrimento dos times locais? Fraqueza desses times? História familiar (o interior do Paraná tem colonização recente, sendo o Norte e Noroeste ocupado principalmente por paulistas e mineiros)? Meio de comunicação? Comente.

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