Grêmio Maringá é desfiliado da FPF, mas promete recorrer; entenda a polêmica
O Pleno do Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná (TJD-PR) homologou na última quinta-feira (15), por 5 votos a 4, a desfiliação do Grêmio Esportivo Maringá do quadro da Federação Paranaense de Futebol (FPF).
A defesa do clube, que também teve um mandado de garantia negado, promete recorrer ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol (STJD), pedindo um efeito suspensivo até o julgamento final do caso.
A decisão do tribunal confirmou o processo de desfiliação iniciado pela própria FPF, em fevereiro. De acordo com a entidade, o clube não cumpriu requisitos do estatuto e do regulamento de competições, como disputar um torneio de base e um profissional, assim como deixou de pagar multas e taxas. Os débitos ultrapassam casa de R$ 100 mil.
Entenda o caso
Em novembro de 2019, o Grêmio Maringá, que é controlado por um administrador judicial por causa de uma longa briga na Justiça com o ex-presidente Aurélio Almeida, pediu uma licença especial retroativa à FPF.
O clube, que passou a ser administrado por David Marcelo Ferreira, conhecido como Kadu, em março daquele ano, alega que encontrou diversas pendências financeiras da diretoria anterior e que por isso não conseguiu inscrever o time para o Estadual sub-19 – o veto se estendeu ao time profissional, que também não entrou em campo na temporada.
Mas em 2020, quando retornou da licença, o clube garante que a FPF voltou a impedir que disputasse a Terceira Divisão Estadual, mesmo se propondo a pagar os débitos.
"Não participamos do campeonato porque a Federação impediu o Maringá de participar. Ela condicionou, além da quitação da taxa de retorno, de R$ 80 mil, que o clube tivesse disputado um campeonato de base. Mas como você vai disputar um campeonato que não ocorreu?", questiona Nixon Fiori, advogado do Grêmio Maringá, citando que os campeonatos de base não aconteceram em 2020 em função da pandemia de Covid-19.
"A grande discussão no julgamento foi se a FPF condicionou ou não a participação do Maringá só pelo pagamento do que era devido. Tanto que a decisão foi no voto de minerva. Mas tenho certeza que vamos reverter isso no STJD", conclui Fiori.
A reportagem entrou em contato com o advogado da FPP, Willian Hosaka, mas ele não foi liberado pela entidade para comentar a situação porque o processo ainda não está transitado em julgado.