Todos já ouvimos alguém dizer: “naquele tempo, se jogava por amor à camisa”. Se você nunca soube qual é o tempo a que a expressão se refere, te digo que é aquele em que Octávio Zanetti foi beque central do Athletico.
Nosso “zaga tank” é a quintessência do jogador amador de antanho que jogava e torcia pelo clube. Filho de italianos venezianos, com 1,90 m e a força de um estivador, Zanetti foi o xerifão mais notório e longevo da história rubro-negra. Imbatível na bola aérea, não chegava macio nas divididas com atacantes adversários.
Sua passagem pelo CAP teve dois momentos. Estreou com 19 anos em 1931, com 19 anos, fazendo dupla de beques com Borba e jogou até 1933, ano em que teve notável participação em um Atletiba. Mesmo lesionado por uma entrada desleal jogou se arrastando até o final em ato de bravura muito destacado pela imprensa da época.
Ficou três anos longe da Baixada quando precisou se dedicar ao trabalho na padaria de sua família nas Mercês, que anos depois se tornaria o supermercado Felicidade na Rua Manoel Ribas. Nesse tempo, para não parar com a bola, jogou “às brincas” no Botafogo, o time amador de seu bairro.
Voltou em 1936 para conquistar o primeiro título de sua carreira e não saiu mais do clube, completando no total 13 anos de dedicação ao Rubro-Negro. Sua última campanha foi a do heróico título de 1945, quando sua geração se encontrou com a geração do Furacão num dos grandes momentos da nossa história.