Como muitos craques históricos do CAP, Walter Corrêa é de Antonina. Na histórica cidade das balas de banana, ele é uma lenda pelos muitos botecos por ter sido uma máquina de fazer gols na liga local, fama que o levou à seleção paranaense.
O tanque capelista chegou ao Athletico em 1962 e, como descreveu Carneiro Neto em seu livro “Atletiba, a Paixão das Multidões”, era um “atacante atarracado, valente e goleador que encantava a torcida com a sua força física e os chutes fortes com os dois pés”.
Logo na primeira temporada, Walter fez 14 gols. Faria ainda mais 92 até o ano de 1966. Um total de 106 gols que o coloca no seleto grupo de artilheiros centenários, como o sexto maior goleador da história rubro-negra. Sua média de bolas na rede é incrível: mais de 21 gols por temporada.
Com a camisa 9 rubro-negra, fez dois pokers e vários há-tricks. O mais marcante deles foi em um Atletiba no Belfort Duarte, em 1963, vencido por 4 a 3 pelo Furacão, partida em que Celso Gottardi, filho de Caju, defendeu nossa meta.
Também conhecido como “Walter Sabão” (não me perguntem o porquê) foi artilheiro extraordinário de uma geração de grandes jogadores que não ganharam títulos. Entre eles, Pedrinho, Renatinho, Charrão, Amauri, Aldir Gottardi... Quando saiu do CAP, não fez a melhor escolha da carreira, mas já tinha marcado seu nome na galeria de grandes goleadores rubro-negros.
Seu nome foi muito lembrado por gerações que não tiveram a sorte de ver seus gols quando chegou ao Athletico o segundo Walter em 2015, o querido “gordo ágil” da grande área que também encantou a torcida com gols e carisma.