Atleticano fundamental, Valmor Zimermann completa 81 anos neste 9 de março. O catarinense de Xanxerê cresceu em Francisco Beltrão. Lá, pelas ondas curtas do rádio, escolheu o Athletico campeão de 1958 como paixão sem imaginar que seria uma das maiores nomes da história deste clube centenário.
Industrial de sucesso, Valmor só não foi treinador e centroavante do Athletico. De resto, fez de tudo um pouco. Foi conselheiro, diretor de futebol amador, de patrimônio, financeiro e presidente do Conselho Deliberativo.
Foi presidente do clube em dois mandatos e foi campeão em 1985 e 1988. Em sua gestão, o clube comprou o PAVOC, mas também foi nesse período que decidiu-se sair da Baixada em 1986.
Antes, Valmor tinha sido um dos líderes da Retaguarda Atleticana, o movimento de jovens empresários que manteve o Athletico vivo quando o cenário era de perda de competitividade, ciclo de derrotas, caixa zerado, pouca expectativa de receita e patrimônio deteriorado.
Valmor já contou muitas vezes a história de que a centelha foi uma notícia da Tribuna dizendo que o CAP não treinou pois não tinha dinheiro para lavar o material. Com seu proverbial bigode, Valmor foi a "vanguarda da retaguarda" e ao lado de outros cardeais atleticanos promoveu a reabilitação moral e financeira do clube no mercado e na sociedade.
"Houve um tempo em que o Athletico viveu no canhoto do talão de cheques do Valmor Zimermann", definiu Carneiro Neto.
Com o tempo, o pessoal da retaguarda saiu dos bastidores e passou a exercer cargos no clube. Valmor entendia muito de futebol e a formação de grandes times da história de 1982, 83, 85 e 88 passou por suas mãos. Em 2001, foi supervisor de futebol e teve atuação decisiva na campanha do título brasileiro.
Muito respeitado por ex-jogadores e contemporâneos da diretoria, Valmor curte a aposentadoria no Litoral catarinense. Por ter dado muito de seu tempo, dinheiro e amor ao Athletico, tem o respeito eterno dos rubro-negros.