Quando Vadão assumiu o Athletico, em abril de 1999, os resultados recentes eram ruins, mas o futuro era promissor. Tínhamos sido eliminados na Copa do Brasil, mas a Arena da Baixada havia sido inaugurada e no CT do Caju uma geração de ótimos jogadores aguardava alguém que pudesse organizar um time à altura das ambições rubro-negras.
Naquele momento, Vadão era o nome certo. Nascido em Monte Azul Paulista, Oswaldo Fumeiro Alvarez tinha 44 anos e a memória recente de ter montado um time histórico, o “carrossel caipira” do Mogi Mirim de 1992 que incomodou grandes e revelou Rivaldo.
No Furacão, Vadão também fez história ao desenhar em sua prancheta um polígono de quatro lados congruentes: o “quadrado mágico” que tinha o clássico Sandoval, o múltiplo Kelly, o incendiário Kléber e o imparável Lucas.
Com eles no campo ofensivo e um bem armado time de veteranos e garotos atrás, o Athletico de Vadão conquistou seu primeiro grande torneio nacional, a Seletiva para a Libertadores, batendo grandes campeões nacionais e o rival local.
No ano seguinte, um dos momentos mais esperados em nossa história, a primeira participação no torneio continental ao qual a história provou, chegamos para ficar. Em 2000, Vadão ainda venceu o campeonato regional com um time que seria a base para o título brasileiro um ano depois.
O bem-educado paulista era respeitado pelos jogadores e dirigentes. Seus times tinham características táticas aplicadas no futebol contemporâneo. Ele voltou ao Furacão outras duas vezes, com feitos notáveis em ambas.
Em 2003, deu a primeira chance para os supercraques Fernandinho e Jadson. Na segunda, três anos depois, era o técnico da nossa vitória em Buenos Aires contra o River Plate, na bela campanha na Sul-Americana em que chegamos à semifinal. Ao todo, foram 164 partidas na casamata atleticana.
Vadão faleceu de câncer em 2020, mas tem o reconhecimento eterno do torcedor como um treinador que ajudou a transformar a história centenária do Athletico.